AsscomO Município do Crato avança em políticas para as mulheres, com a proposta governamental de fortalecer equipamentos e órgãos que possam atuar com ações voltadas para a não violência e melhores condições socioeconômicas. Na última sexta-feira, 19, o prefeito Zé Ailton Brasil, recebeu em seu gabinete uma comissão, tendo à frente integrantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Cratense, e do movimento de mulheres, para fazer a entrega formal do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres. Na ocasião, esteve presente o vice-prefeito, André Barreto, e a Secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Ticiane Cândido.
A representante do movimento de mulheres e
integrante do Conselho, Mara Guedes, disse que esse momento representa um
importante passo para selar o compromisso, junto à municipalidade, com o plano.
O Prefeito Zé Ailton disse que a busca por esse fortalecimento está na sua
política de governo e, para isso, vem reivindicando, junto ao governo, a Casa
abrigo, com outros municípios da região. Até o dia 8 de março, deverá estar
sendo realizada uma reunião com o secretariado da gestão municipal, para tratar
de uma programação do 8 de março, além de iniciar o planejamento com ações que
contemplam o plano, junto às pastas.
Mara Guedes fez a apresentação do plano e destacou
que algumas das 94 propostas, com 47 delas prioritárias, inseridas em sete
eixos, já fazem parte do plano de governo da atual gestão. Há propostas nos
contextos de governos do estado e federal, mas o chefe do executivo afirmou que
fará um esforço para o fortalecimento das ações junto a esses poderes com
reivindicações. Segundo Mara, é uma responsabilidade que insere as três esferas
de poder, mas inclui também o movimento de mulheres, sociedade civil e governo
federal. Das 13 propostas de enfrentamento da violência, cinco estão voltadas
para o Governo do Estado.
Entre as reivindicações inseridas no plano para
serem adotadas como política pública estão a garantia de saúde integral das
mulheres, direitos reprodutivos, e centro integrado de saúde da mulher,
proposta da atual gestão.
A integrante do conselho, Verônica Isidoro,
destacou a garantia de saúde das mulheres LGBT, negras e saúde mental. Ainda
solicitou melhor assistência no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), como
forma de garantir melhor assistência no atendimento.
Eixos
Entre os 7 eixos apresentados, o da saúde é o
maior, por ter uma grande abrangência. São ao todo 15 propostas. No eixo 3
estão os direitos humanos, racismo, machismo e lesbofobia. Há ainda a
proposição para criar a Coordenadoria Especial de Direitos Humanos, que vai
concentrar outras coordenadorias voltadas para as políticas LGBT. Além do
projeto de saúde mental.
A formação de profissionais em diversos segmentos,
seja na área da saúde, segurança, com uma visão transversal a todas as outras
questões, no tratar da violência, pela cultura de paz, está entre as outras
proposições. Isso inclui cursos com profissionais da saúde e da segurança
pública, tratando de uma metodologia humanista.
Para as representantes do movimento, essas serão
ações que trarão melhores condições de Igualdade também para as mulheres
idosas, deficientes e em estado de vulnerabilidade, além de abrir novas
possibilidades para a conquista de autonomia com desenvolvimento sustentável
para mulheres do campo e da cidade.
Nos eixos 6 e 7, estão questões como o
fortalecimento e participação das mulheres nos espaços de decisão, e a
segurança pública para o enfrentamento da violência, sugerindo como proposta a
instalação da Patrulha Maria da Penha. Mara ainda apresentou estatísticas de
violência contra a mulher, que mostram aumentos da violência em 2020, um ano
marcado pela pandemia, com registros no Estado de 680 Boletins de Ocorrência,
com 180 lesões corporais dolosas, 226 ameaças, 7 estupros, e mais 27 de
vulneráveis. São mais de 300 medidas protetivas, o que mostra a exposição maior
do risco.
Uma das responsáveis pela elaboração do plano,
Tammy Lacerda, ressaltou que diante dessa realidade, uma mulher quando morre
deixa uma marca profunda para a família, e muitas vezes dentro desse histórico,
os filhos também são agredidos. Para isso, afirma a necessidade de Comissões de
Proteção às Crianças nas escolas estarem em funcionamento. "A questão da
violência tem que ser vista num contexto universal", explica.
8 março
A perspectiva de mobilização para o 8 de março, Dia
Internacional da Mulher, está em elaboração e deverá ocorrer com ações de forma
virtual, em função do quadro de pandemia. O movimento está realizando uma
campanha para a arrecadação de alimentos e o prefeito Zé Ailton garantiu apoio
com a logística de transporte para a distribuição. Durante a reunião para o 8
de março com todos os secretários, serão inseridas demandas que possam ser
implementadas conforme o plano

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