PF pede autorização ao STJ para indiciar governador do Pará pela compra irregular de respiradores pulmonares.

 

Gabinete de Helder Barbalho foi alvo de operação da PF. — Foto: Divulgação/ Polícia Federal

Caso o pedido seja aceito, Helder Barbalho (MDB) vai responder pelos crimes de falsidade documental e ideológica, associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

 

A Polícia Federal pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorização para indiciar o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), por irregularidades na compra de respiradores para pacientes com a Covid-19. A transação envolveu cerca de R$ 50 milhões em recursos públicos.


De acordo com a PF, além do governador, outras sete pessoas também serão indiciadas. Entre elas estão o ex-secretário de saúde, Alberto Beltrame, o ex-secretário adjunto de gestão administrativa da saúde, Peter Cassol, além de outros servidores e empresários envolvidos na compra.

 

Sobre o caso, o governo do Pará informou, em nota, que não foi provado nenhum envolvimento do governador Helder Barbalho e ato ilegal ou antiético. O G1 entrou em contato com a defesa dos demais indiciados, mas não obteve retorno.

 

                         Respiradores enviados chegam ao governo do Pará — Foto: Reprodução / Agência Pará

De acordo com a PF, há elementos suficientes que comprovem a atuação dos indiciados em um esquema de fraude na compra de respiradores, feitas sem licitação, durante a pandemia. Por ter foro privilegiado, a PF precisa solicitar ao STJ uma autorização para indiciar o governador Barbalho.

Para a PF, a compra dos respiradores foi direcionada para favorecer a empresa SKN do Brasil. Investigações e documentos apreendidos durante a Operação Bellum indicam que servidores atuaram para mascarar as irregularidades e montar um procedimento licitatório, forjando documentos.

Ainda de acordo com a PF, o governador Helder Barbalho editou um decreto para viabilizar o pagamento antecipado dos produtos e, dois dias depois, pagou R$ 25,2 milhões à empresa recebedora dos respiradores. Isso tudo ocorreu sem o Estado ter recebido os equipamentos.

 

Além de realizar a denúncia o governo do Pará alega que pediu à Justiça o bloqueio de bens dos fornecedores até o ressarcimento do valor de entrada da compra. Isso tudo teria ocorrido antes da manifestação de qualquer órgão de controle.

 

Para o governo, o relatório entregue pela PF ao STJ não prova envolvimento do governador em nenhum ato ilegal ou antiético. O governo finaliza dizendo que atua ativamente na proteção da saúde dos paraenses.

 

Operação Bellum

 

Caso o pedido da PF seja aceito pelo STF, Barbalho deve responder processo por crimes licitatórios, falsidade documental e ideológica, associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

 

O que diz o governo

 

Em nota, o governo do Pará se posicionou sobre o pedido da PF. O governo alega que o próprio Estado denunciou, no ato da conferência dos equipamentos, os fornecedores pela entrega dos respiradores pulmonares que não funcionavam.

 

Em junho de 2020, a Polícia Federal cumpriu mandos de busca e apreensão na casa de Helder e de outras 12 pessoas. Indícios levantados pela PGR apontam que o governador tem relação próxima com o empresário responsável pela concretização do negócio. As investigações apontam, ainda, que ele sabia da divergência dos produtos comprados e da carga de ventiladores pulmonares inadequados para o tratamento da Covid-19 que foi entregue ao estado.

 

Além do contrato dos respiradores, a organização ligada a este empresário foi favorecida com uma outra contratação milionária, cujo pagamento também foi feito de forma antecipada, no valor de R$ 4,2 milhões.


Fonte: G1

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