Nova estimativa foi motivada pela alta das commodities e depreciação cambial
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta
terça-feira (23) a Nota de Conjuntura sobre inflação. Os pesquisadores
revisaram de 3,5% para 3,7% a alta da inflação brasileira para 2021. A previsão
anterior foi divulgada na Carta de Conjuntura em dezembro do ano passado. Ainda
que haja expectativa de desaceleração nos próximos meses, a revisão das
projeções para cima foi motivada pela conjunção de três fatores: inflação
corrente um pouco mais elevada; estabilização das cotações internacionais
de commodities em
nível acima do projetado anteriormente; e taxa de câmbio média mais alta que
estimada em dezembro.
A inflação dos alimentos e dos demais bens livres foi de 3,0% para 4,6%
e de 2,7% para 3,0%, respectivamente, incorporando, deste modo, as novas
expectativas de commodities e
câmbio.
As estimativas de inflação para os serviços livres, exceto educação, recuaram
de 4,0% para 3,6%. Apesar da queda, o segmento deve encerrar o ano com variação
acima da observada em 2020 (1,8%), o que representa o principal fator de alta
do IPCA em 2021. No caso dos preços administrados, a alta projetada de 4,4%
ficou acima da estimada em dezembro de 2020 (4,0%). Os preços administrados
devem exercer maior pressão sobre a inflação neste ano devido à incorporação
dos reajustes não ocorridos no ano passado, ao câmbio menos valorizado e à alta
mais acentuada do petróleo.
As estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) são
de variação de 3,4% em 2021, sendo pressionado pelos preços administrados,
especialmente energia elétrica e transporte público. Os alimentos em domicílio
devem ter alta de 4,7% este ano, bem abaixo dos 18,9% do ano passado.
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