Armas e dinheiro do PCC já foram apreendidas em operações contra a organização criminosa no Ceará
Por: Fernando Ribeiro
Empresários e comerciantes de diversos ramos de atividades com
atuação nas regiões do Cariri e Centro-Sul do estado estão entre os 240 nomes
que foram descobertos pela Polícia Civil como sendo integrantes da facção
criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará. Eles atuariam de diversos
modos dentro da quadrilha, exercendo desde postos de comando na hierarquia da
organização, a “lavadores” do dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
A investigação da Polícia Civil, realizada pela
equipe de inspetores e delegados da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas
Organizadas (Draco) revelou uma forte atuação dos investigados na cidade
de Acopiara (região Centro Sul) e em municípios do Cariri.
A identificação dos envolvidos teve início com a quebra de
sigilo telefônico autorizado pela Justiça para que a Polícia Civil aprofundasse
as investigações em torno dos “alvos” e foi através deste trabalho, com a
varredura de mensagens via aplicativo, que os nomes foram aparecendo e
apontados os cargos na estrutura hierárquica do PCC no Ceará.
De acordo com a Polícia, dos 240 nomes listados, foram expedidos
cerca de 220 mandados judiciais de prisão. A começar pelo nome de James Machado
Cordeiro, apelidado de “Simpson”, que se passava por empresário do ramo de
festas, eventos e bufês. Logo em seguida, veio a identificação de outros
membros do bando.
Para disfarçar seu envolvimento com o crime organizado, “Simpson”
montou a empresa de fachada denominada “James Eventos e Produções”, em outubro
de 2012. Já naquela época ele teria envolvimento com as atividades delitivas do
PCC no Ceará, concluíram os investigadores. “Com essa atividade, ele
passa despercebido e inserido na sociedade como se fosse um microempresário do
ramo de festas e bufês”, diz o documento.
Outros nomes
O
aprofundamento da investigação sigilosa da PCCE levou à identificação de “Irmão
Ricardo”, outro da linha de frente ou da chamada “Sintonia Fina” do PCC no
Ceará. Na verdade, tratava-se do peruano Walmer Ramirez Campos, que passou a
atuar em 2014, embora já estivesse na mira das autoridades brasileiras.
Antes disso, ele chegou a ser capturado em flagrante no Ceará, numa operação de
combate às drogas na Capital.
Junto com Ramirez foi também presa a companheira
dele, identificada nas investigações como Raquel Vieira de Lima.
As atividades de “fachada” das lideranças da organização criminosa
pelo país afora se repetiram no Ceará, chegando a Polícia a alcançar mais
nomes de envolvidos e identificando as atividades que serviram para a
“lavanderia” do PCC.
Mesmo com a morte de outras duas lideranças do
PCC no estado, no caso os traficantes “Gegê do Mangue” e “Paca”, as atividades
de lavagem do dinheiro do narcotráfico não foram interrompidas no estado pela
organização criminosa no território cearense. As investigações da Draco
continuam.
Fonte: CN7
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