Por Marina Oliveira
O senador licenciado e
ex-vice-líder do governo, Chico Rodrigues (DEM-RR),
flagrado com dinheiro escondido entre as nádegas,
vai retornar ao Senado em fevereiro. Interlocutores do congressista confirmaram
a informação ao Congresso em Foco.
O
parlamentar é acusado de desviar recursos que seriam destinados para o combate
da covid-19 em Roraima. Após ser pego com cerca de R$ 30 mil na cueca, Chico
Rodrigues pediu afastamento do Senado por 121 dias. Finda a licença, o senador
quer retomar seu posto no próximo dia 17 de fevereiro.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Congresso e
correligionário de Chico Rodrigues, não convocou Pedro Arthur Ferreira
Rodrigues (DEM-RR), filho e primeiro suplente do senador, para assumir a
vaga durante seu afastamento.
Segundo
fonte próxima ao senador, não há movimentação para que Davi convoque o
suplente, mesmo precisando de votos para seu apadrinhado na eleição da Mesa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no início do próximo mês. Procurada, a
comunicação de Davi Alcolumbre não respondeu aos questionamentos do Congresso em Foco.
Segundo a assessoria do
senador, o dinheiro encontrado pela polícia "é declarado em imposto de
renda e as emendas que Chico Rodrigues destinou para covid-19 ainda não foram
pagas, não havendo nada ilegal".
Relembre
o caso
Em
outubro de 2020, a residência do senador Chico Rodrigues em Boa Vista (RR) foi
um dos alvos da operação da Polícia Federal intitulada Desvid-19. Eram investigadas
contratações realizadas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde envolvendo
aproximadamente R$ 20 milhões que deveriam ser utilizados no combate à
pandemia. A polícia apreendeu dinheiro vivo dentro da cueca do senador. Os
investigadores encontraram cerca de R$ 30 mil na residência de Chico Rodrigues.
No dia seguinte à
operação, o presidente Jair Bolsonaro disse
que seu governo "defende o combate à corrupção" e minimizou a relação
com o então vice-líder do governo. "Vocês estão há quase dois anos sem
ouvir sobre corrupção no meu governo. Meu governo são os ministros, estatais e
bancos oficiais – esse é meu governo", declarou, desvinculando-se das
acusações contra o senador. No mesmo dia Chico Rodrigues pediu para sair do
posto de vice-líder do governo.
De acordo
com a ferramenta do Congresso em Foco que
mede o governismo dos
deputados e senadores, Chico Rodrigues foi fiel a
Bolsonaro em 97% das votações nominais em plenário. No Senado, o alinhamento
médio ao governo era de 87%.
Advogados do
senador emitiram uma nota em outubro afirmando que o dinheiro encontrado
nas nádegas do congressista tinha origem lícita e seria destinado para o
pagamento de funcionários.
Segundo
mostrou o Congresso em Foco, durante o período de
afastamento dos trabalhos legislativos, Chico Rodrigues não recebe o salário mensal (de
R$ 33.763,00) não tem acesso à estrutura administrativa do gabinete
parlamentar, mas mantém plano de saúde e imóvel funcional. O plano de saúde
permite ressarcimento de despesas médicas e é vitalício, sendo usufruído
inclusive por ex-parlamentares.
Fonte: Congressoemfoco-UOL
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