Queda ocorreu minutos após a decolagem, nos arredores de Teerã
Um Boeing 737-800 da Ukraine
International Airlines caiu cinco minutos após decolar do aeroporto
internacional Imam Khomeini, em Teerã, na manhã desta quarta (8), na
hora local.
A
aeronave, que decolou às 6h12 na hora local (23h42 de terça em
Brasília) seguia para Kiev, pegou fogo após a queda. De acordo com a TV
estatal iraniana, todas as 176 pessoas a bordo morreram.
Entre as vítimas,
onze pessoas, sendo nove tripulantes e dois
passageiros, eram ucranianos. Os outros passageiros identificados até
agora eram do Irã (82), Canadá (63), Suíça (10), Reino Unido (4)
e Alemanha (3). Muitos deles estavam em voos de conexão para outros
destinos.
"O fogo é tão forte que não
podemos fazer nenhum resgate", disse o chefe dos
serviços de emergência do Irã, Pirhossein Koulivand, que enviou
diversas viaturas ao local do acidente.
A
embaixada da Ucrânia no Irã disse que as causas da queda ainda são
desconhecidas, e recuou de um comunicado enviado horas antes, que apontava
uma possível falha no motor.
A mídia iraniana disse que o
acidente foi causado por problemas técnicos. O piloto não chegou a
declarar emergência nem pedir ajuda à torre de controle, disse a
autoridade de aviação civil do Irã.
"Peço a todos que evitem
especulações e versões não verificadas da catástrofe", escreveu
o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em sua página no
Facebook. A embaixada ucraniana descartou a tese de um ataque terrorista.
Cinco horas antes da queda, o
Irã disparou mísseis contra bases americanas no Iraque,
em resposta à um ataque dos EUA que matou o general Qassim Suleimani,
principal autoridade militar iraniana.
Devido aos ataques, diversas
companhias aéreas deixaram de sobrevoar os territórios do Irã e do Iraque.
Voos para a região das empresas Lufthansa, Emirates e Flydubai foram
cancelados. A FAA (Agência norte-americana de aviação civil) proibiu companhias
aéreas dos EUA de atender a região.
O
motivo do acidente será analisado pela companhia aérea, pela fabricante Boeing
e autoridades da Ucrânia e do Irã.
As
duas caixas-pretas foram encontradas. No entanto, a agência de aviação do Irã
disse que não irá entregá-las aos EUA nem à Boeing. É comum que o fabricante do
avião participe das investigações, de modo a buscar formas de prevenir
desastres futuros.
Especialistas em aviação ouvidos
pela agência Reuters apontaram que a queda de avião raramente se deve a apenas
um fator e que a investigação para identificar as causas costuma levar meses.
A
aeronave, um Boeing 737-800NG, com três anos de uso, havia passado pela última
manutenção na segunda-feira (6), sem registros de nenhum problema, segundo a
companhia aérea.
Os
aviões modernos são projetados de modo que possam voar por longos períodos
apenas com um motor, caso um deles falhe. No entanto, a quebra de um motor que
gere estilhaços pode danificar outros componentes e sistemas da aeronave.
A Boeing enfrentou uma grave crise no ano passado, depois
que dois aviões 737 MAX, fabricados pela empresa, caíram minutos após a decolagem, em acidentes que
ocorreram com poucos meses de diferença.
Após
a segunda queda, na Etiópia, o modelo foi proibido de voar em dezenas de
países, o que levou à sua retirada completa
de operação. Os acidentes foram atribuídos a erros nos sistemas de
navegação.
A
aeronave que caiu no Irã nesta quarta é um modelo diferente, o 737-800, e usa
outro sistema.
Fonte: UOU