Na terra do Papai Noel, a crise climática se agravou, neste ano,
colocando em risco a sobrevivência de comunidades nativas e alertando o mundo
inteiro sobre o impacto do degelo do Ártico. A lenda do Papai Noel se origina
na Lapônia, uma região do norte da Escandinávia, que abrange áreas de quatro
países (Finlândia, Noruega, Suécia e Rússia).
Esse
pedaço gelado do mundo, repleto de geleiras do Polo Norte, está derretendo em
uma velocidade preocupante para os cientistas, prejudicando a fauna e a flora.
Em 2019, o Ártico viveu o seu segundo ano mais quente desde 1900, advertiu a
Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa).
Neste ano, as localidades do Ártico passaram a registrar invasão de ursos
polares famintos, revirando lixões de aldeias. A consequência das maiores
temperaturas do Planeta é o derretimento da camada de gelo desse sensível e
inóspito ecossistema. O mais recente relatório do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC) ressalta que a mudança climática representa um
golpe "na identidade cultural dos habitantes do Ártico",
especialmente os povos indígenas.
Povos do gelo
Os
sami, povo nativo do norte da Escandinávia, já observam os danos do aquecimento
global em seu território, onde a neve desaparece, e as renas têm dificuldades
para encontrar comida. "Parte o coração observar os animais lutando",
desabafa Jannie Staffansson, do Sami Council, que representa este povo do norte
da Escandinávia. "Se perdermos as renas, perderemos grande parte da nossa
cultura".
O
mesmo acontece do outro lado do Oceano Ártico, com os inuit do Alasca e do
Canadá. "As comunidades inuit querem manter seu estilo de vida e a
vitalidade de uma cultura baseada na caça", insiste Dalee Sambo Dorough,
membro do Inuit Circumpolar Council, que representa os 160 mil inuit. Quando
são perguntados sobre a possibilidade de partir, para ela a resposta é óbvia.
"De maneira alguma. O Ártico é nossa pátria".
Fonte: mundo@vm.com.br