Retirada
pouco a pouco de uso, a vacina oral contra a poliomielite poderá ser retomada.
Um grupo de trabalho convocado pelo Ministério da Saúde analisa a possibilidade
de resgatar o uso das gotinhas na campanha do próximo ano. A vacina, que
protege contra paralisia infantil, é feita com vírus atenuado e se tornou um
símbolo do programa de imunização do Brasil. Nesta década, no entanto, ela vem
sendo progressivamente substituída pela vacina injetável, feita com vírus
inativado, considerada mais segura.
Diante das baixas coberturas
vacinais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu que
especialistas avaliem o retorno da vacina oral. Mandetta já avisou ser
favorável à mudança. "Sou da geração Zé Gotinha, sou pai da geração. Só
vejo coisa boa", observou.
Uma das justificativas para
se repensar o uso da vacina oral em campanhas é a chamada "proteção de
rebanho." A criança que toma a vacina pode eliminar parte do imunizante
nas fezes. Em locais onde o saneamento não é eficiente, trechos do vírus
atenuado podem se espalhar pelo ambiente.
Mandetta afirmou que a
estratégia poderia levar a uma proteção extra. Como o Estado mostrou no ano
passado, mais de 300 municípios brasileiros apresentavam risco para o retorno
da pólio, em virtude da baixa cobertura vacinal. O problema se estende para
cidades de países vizinhos, como a Venezuela.
A substituição da vacina oral
pela injetável começou a ser feita no País em 2011 e era uma antiga
reivindicação de especialistas, por considerá-la mais segura e com menos
efeitos colaterais. A vacina injetável é dada em três doses, aos 2, 4 e 6
meses. O reforço, aos 15 meses e 4 anos, é feito com a vacina oral. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.