Versão
atualizada do avião comercial mais vendido da história, o Boeing 737 MAX é
também a espinha dorsal da recente expansão internacional da Gol.
O modelo sofreu neste domingo (10) seu segundo
acidente em cinco meses. Um 737 MAX 8 operado pela Ethiopian Airlines caiu minutos
após a decolagem na Etiópia.
Todos os 157 ocupantes morreram. Não estão claras as causas do acidente.
A queda de um modelo semelhante operado
pela indonésia Lion Air,
em outubro, deixou 189 mortos —o avião caiu no mar 13
minutos após decolar. As investigações preliminares apontam para um
erro do sistema antiestol, que foi alimentado com dados incorretos e
forçou o nariz do avião para baixo mesmo após tentativas dos pilotos de
retomar o controle da aeronave.
Com 135
encomendas —dos modelos MAX 8 e 10—, a companhia é a única brasileira
a operar essa nova versão, cuja primeira unidade
foi recebida pela Gol em junho de 2018.
Atualmente, sete já estão em
operação. A Gol espera concluir até 2028 a renovação de toda sua frota dos
atuais 737, fabricados nos anos 1990 e 2000.
Procurada, a companhia afirmou que tem a
segurança em primeiro lugar, disse que acompanha a investigação do acidente na
Etiópia e ressaltou que cada companhia aérea tem uma operação
diferente.
Mais
eficiente que seu antecessor, o 737 MAX 8 foi a aposta da Gol para retomar os voos
para os Estados Unidos, suspensos em 2016 em meio à recessão.
A aeronave é usada desde novembro nas rotas
que ligam Brasília e Fortaleza a Miami e Orlando, na Flórida. Em dezembro, o
novo Boeing passou a voar entre São Paulo e Quito, e Cancún (México) deve
ganhar um voo saindo de Brasília a partir de junho deste ano, também com um MAX
8.
Desde o
lançamento do 737 MAX, em 2017, a fabricante americana já entregou 350 unidades
da família, que inclui uma versão menor, MAX 7, e duas maiores, MAX 9 e 10.
Ainda há 4.661 aviões a serem entregues para mais de cem clientes.
Após a queda do Lion Air, a Boeing
desenvolveu uma atualização de software para permitir que um cenário como o
enfrentado no acidente na Indonésia pudesse ser superado.
A FAA (autoridade de aviação dos EUA, na
sigla em inglês) emitira na época uma diretiva de emergência sobre o novo
sensor de ângulo de ataque, que não funcionou corretamente no Lion Air.
No Brasil, a Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) confirmou a exigência de treinamento específico
sobre esse novo sistema para pilotos do 737 MAX.
A Boeing afirmou neste domingo que sua equipe
técnica "está preparada para oferecer assistência a pedido e sob direção
do Conselho de Segurança de Transportes dos EUA". O órgão irá participar
da investigação na Etiópia porque o avião foi fabricado nos Estados
Unidos.