Sem citar
diretamente o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, marcado para esta quarta-feira, 4, no Supremo Tribunal Federal (STF), o
comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, usou as redes sociais para
questionar o comportamento das instituições brasileiras e dizer que o Exército
repudia a impunidade e está à disposição da Nação brasileira.
"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", questionou o comandante, que tem mais de 112 mil seguidores no Twitter.
O general
disse ainda assegurar à Nação "que o Exército Brasileiro julga
compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de
respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento
às suas missões institucionais".
Conforme
mostrou o jornal O Estado de S.Paulo nesta terça-feira, 3, o general de
Exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa disse que, se o STF deixar
Lula solto, estará agindo como "indutor" da violência entre os brasileiros,
"propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la".
Lessa foi
além. Disse que, se o tribunal permitir que Lula se candidate e se eleja
presidente, não restará outra alternativa do que a intervenção militar.
"Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de
que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a
ordem. Mas não creio que chegaremos lá."
Lessa já
havia se manifestado na semana passada à Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre,
quando também foi enfático. Disse que a confrontação não será pacifica.
"Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente
receia." E acrescentou que essa crise "vai ser resolvida na
bala."
Procurado,
o Exército informou que as declarações de Lessa representam a "opinião
pessoal" dele. "O Exército brasileiro pauta sua atuação dentro dos
parâmetros legais balizados pela Constituição Federal e outras normas que regem
o assunto." O STF disse que não se manifestaria sobre o caso.
Fonte: Diário de Pernambuco