Chuvas acima da média em todas as regiões do estado,
exceto parte central e leste, extinguiram a situação de ''seca
excepcional'' e reduziu a ''seca extrema''. São alterações significativas nas
condições climáticas do estado, segundo estudos do Monitor de Secas do Nordeste
do Brasil.
De acordo
com o Monitor, as reduções menores foram observadas nas condições de seca
grave, seca moderada e seca fraca, ocasionando inclusive o aparecimento de área
sem seca relativa em todo litoral.
Essas
mudanças, ocasionadas principalmente pelas chuvas registradas no mês de
fevereiro, fez com que, em praticamente todo estado, a seca que era de impacto
curto e longo prazo, passasse a ser de longo prazo, com uma pequena exceção no
extremo sul onde permanece de curto e longo prazo.
Panorama
de Janeiro
No mês de janeiro foram registradas chuvas acima da média em algumas
cidades cearenses. Mesmo assim, houve poucas alterações nas condições de secas
do estado, com pequenas reduções das áreas de seca excepcional, seca extrema,
seca grave e seca moderada. Todo estado do Ceará permaneceu com áreas de seca
que variam de seca fraca, no Litoral, até seca excepcional, no centro sul do
estado.
Quanto
aos impactos, na parte norte, onde até o mês passado se tinha impactos apenas
de curto, passou a ter impactos de curto e longo prazo, devido à seca se
estender por mais de seis meses. Assim, em praticamente todo estado a seca tem
impactos de curto e longo prazo, com exceção do litoral que faz divisa com o
Piauí, onde o impacto passou a ser apenas de longo prazo, devido as chuvas dos
últimos meses reduzir os impactos da seca de curto prazo.
Açudes Castanhão
Apesar das boas chuvas, nos meses de janeiro e fevereiro, as
precipitações não foram suficientes para deixar açudes com bom aporte. Segundo
estudo da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) 112 açudes ainda
estão com volume inferior do que é esperado.
Onze
açudes estão com volume acima de 90% e sete açudes sangram no estado são eles:
Acaraú Mirim (Massapê), Caldeirões (Saboeiro), Itaúna (Granja), Tucunduba
(Senador Sá). Cocó (Fortaleza), Germinal (Palmácia) e Colina (Quiterianópolis).
Açudes sangrando no
Ceará
Açude
|
Município
|
Capacidade
|
Volume (%)
|
Bacia
|
Acaraú Mirim
|
Massapê
|
36.71
|
100%
|
Acaraú
|
Caldeirões
|
Saboeiro
|
1.13
|
100%
|
Alto Jaguaribe
|
Itaúna
|
Granja
|
72.58
|
100%
|
Coreaú
|
Tucunduba
|
Senador Sá
|
41.43
|
100%
|
Coreaú
|
Cocó
|
Fortaleza
|
5.1
|
100%
|
Metropolitana
|
Germinal
|
Palmácia
|
2.107
|
100%
|
Metropolitana
|
Colina
|
Quiteranópolis
|
4.29
|
100%
|
Sertão de Crateús
|
O Rio Salgado, principal aquífero a
abastecer o Castanhão, tem uma cheia com o acúmulo de água
das chuvas do mês de fevereiro.
Em Aurora, no Cariri, as águas do
Salgado correm quase no nível da ponte que dá acesso ao município.
As águas
do Salgado já resultaram em um aumento do volume do Castanhão, maior açude do
país. A reserva do Castanhão subiu em menos de um mês de 2,22% para 3,81% da
capacidade máxima.
O Açude
Orós acumula no momento apenas 6,32%. Já o Banabuiú continua praticamente seco,
com 0,44% do seu volume total. O nível médio dos 155 açudes monitorados pela
Cogerh é de 8,4%, segundo último levantamento.
Fonte: G1