O ex-vice prefeito de Ourolândia, cidade do
norte da Bahia, José Roberto Soares Vieira, 47 anos, foi morto a tiros na
entrada da empresa dele na manhã de quarta-feira (17), em Candeias, cidade da
região metropolitana de Salvador.
Segundo a Polícia Militar, José Roberto também é empresário
e havia sido
denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em dezembro de 2017, em
uma das fases da Lava Jato que investigava pagamento de propinas.
De acordo com a PM, no dia do crime, testemunhas relataram
à polícia que ele chegava à empresa do ramo de transportes, quando foi abordado
por um homem que ofertava serviços de roçagem. Ao ser atendido pelo empresário,
o suspeito sacou uma arma de fogo e disparou contra José Roberto. Após os
disparos, o homem fugiu do local em uma motocicleta.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi
acionado para socorrer a vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu no
local.
A motivação do crime ainda é desconhecida. A Polícia Civil
informou que a identidade do suspeito é investigada. Disse também que quando
foi morto, o empresário chegava à transportadora acompanhado do motorista dele,
depois de deixar o próprio carro em uma concessionária. A investigação aponta
ainda que José Roberto pretendia adquirir um veículo blindado.
O motorista, o porteiro e outro funcionário da
transportadora já foram ouvidos pela delegada Maria das Graças, que está à
frente do caso. Não há detalhes do teor dos depoimentos. Familiares e colegas
de trabalho devem ser ouvidos ainda nesta semana. As imagens de câmeras de
segurança da empresa serão analisadas pelo Departamento de Polícia Técnica
(DPT).
Lava-jato
José Roberto Soares Vieira foi eleito vice-prefeito de
Ourolândia em 2012 pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e completou o mandato.
No final de 2017, foi alvo de denúncia
da Operação Lava Jato apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF).
Na denúncia, o alvo principal foi o ex-gerente
da Transpetro (subsidiária da Petrobras), José Antônio de Jesus que fiu preso
e que também havia sido sócio de José Roberto Vieira em uma transportadora. Os
dois controlaram a empresa juntos até 2013.
Conforme a denúncia, Jesus e os familiares são suspeitos de
negociar o recebimento de R$ 7,5 milhões em propinas pagas por uma empresa de
engenharia em troca de ser favorecida em contratos com a subsidiária da estatal
brasileira. Além disso, ele é investigado por repassar a propina a integrantes
do Partido dos Trabalhadores.
O engenheiro civil, Adriano Silva Correia e o empresário e
delator da Operação Lava Jato, Luiz Fernando Nave Maramaldo, também foram alvos
da denúncia do MPF.