Não adianta a política parece está sempre voltada
para as próximas eleições seja ela quais forem.
O que era para virar trunfo em função das
habilidades de cada componente está virando dor de cabeça para alguns, afinal
2018 é ano eleitoral e a preocupação agora é com os concorrentes que estão se
destacando por usarem a máquina pública a favor da sua popularidade em função
do pleito que se aproxima.
Deputados aliados do governador Camilo Santana (PT)
na Assembleia querem que os gestores, pretensos candidatos ao pleito do próximo
ano, sejam exonerados dos cargos até dezembro próximo. O assunto foi colocado
em pauta na semana passada, em almoço da base governista, e deve ser levado até
o chefe do Poder Executivo pelo líder do Governo na Casa, Evandro Leitão (PDT).
Os parlamentares demonstram preocupação com a "desvantagem" em
relação a gestores estaduais, visto que estes detêm as prerrogativas para realizar
ações como construção de equipamentos e melhorias para determinadas
comunidades. Além disso, os governistas também reclamam da falta de atenção
dada por alguns gestores do Governo Camilo, que não estariam atendendo às
demandas parlamentares.
Dois nomes de secretários foram citados por deputados como prováveis
candidatos a uma das 46 vagas no Legislativo Estadual. São eles: o secretário
do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Josbertini Clementino, filiado ao
PDT; e o secretário de Desenvolvimento Agrário (SDA), Dedé Teixeira, do PT.
Nicole Barbosa, secretária do Desenvolvimento Econômico do Estado e
presidente do PSC Ceará, é apontada como pré-candidata a deputada federal. O
nome do secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, também
chegou a ser sondado para ocupar um dos assentos na Assembleia, mas ele nega. O
secretário de Educação, Ildivan Alencar, também é apontado como possível
candidato ao pleito do próximo ano. Outro cotado como candidato é Fernando
Santana, secretário-adjunto do gabinete do governador.
Osmar Baquit (PSD) é um dos principais defensores de que os secretários que
pretendem ser candidatos deixem os cargos até dezembro. "O que queremos é
que não haja desequilíbrio no pleito. Sei que é uma decisão que cabe ao governador
Camilo, mas não sugeri em tom de crítica".
Segundo ele, "a prática dos secretários não ajuda a desequilibrar o
jogo", o que é defendido, inclusive, pela maioria dos governistas que se
sentem prejudicados com a ação dos gestores. Alguns governistas chamaram de
"desleal" o conjunto de ações e defenderam a exoneração dos
secretários até dezembro.
"Se eu disser que sou contra, vão dizer que estou legislando em causa
própria, porque voltando os secretários, eu saio", ironizou Manoel Santana
(PT), suplente na vaga de Dedé Teixeira. No entanto, ele destacou que a celeuma
faz parte da disputa de espaços políticos, visto que, para alguns, os
secretários estão se fortalecendo para a disputa. "Mas o que garante que
de fora eles não vão manter influência nas secretarias?", questionou.
Para Carlos Felipe (PCdoB), que também defende a exoneração dos secretários,
na gestão é "muito difícil" não politizar uma secretaria, o que
termina por comprometer a efetividade das pastas. "O ideal, para não se
ter prejuízos para a população, é que o secretário renuncie e vá ser candidato
até um ano antes do pleito", sustentou.
Alguns parlamentares dizem, ainda, que mais grave seria a participação de
secretários da gestão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), de Fortaleza, em ações
de municípios com os quais não têm qualquer vínculo. "O prefeito deveria
fazer o mesmo que Cid Gomes fez, para assim evitar qualquer comprometimento dos
serviços da Prefeitura, porque é desigual", disse um dos deputados
governistas.
Para José Sarto (PDT), é natural o interesse de secretários em disputar um
cargo eletivo, mas ele opinou que há um limite a ser norteado pela ética.
"Em termos de gestão, o secretário que quer ser candidato deveria sair
pouco antes de abril. Acho que até por prudência, para o secretário se ausentar
antes do que diz a Lei, até para que as secretarias possam fluir normalmente, e
tenham como prioridade a gestão e não a política", defendeu.
Com informações do Diário do Nordeste.