Senador do PSDB-SP estava no cargo desde maio do ano passado. Em carta, Serra disse que deixa Relações Exteriores 'em razão de problemas de saúde'.
O
ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), pediu demissão do cargo
na noite desta quarta-feira (22).
Na carta
enviada ao presidente Michel Temer, Serra disse que decidiu deixar a pasta
"em razão de problemas de saúde"
Serra
estava no cargo desde maio do ano
passado, quando Temer assumiu como presidente em exercício.
O tucano é
senador por São Paulo e tem mandato até 2022. Ele havia se licenciado para
assumir o Itamaraty.
Ao longo do
período em que ocupou o Ministério das Relações Exteriores, José Serra se
envolveu em algumas polêmicas, como quando determinou o envio de uma circular a
embaixadores em todo o mundo para rebater a tese da ex-presidente Dilma
Rousseff de que ela foi vítima de um "golpe" no processo
de impeachment.
Segundo a
assessoria do Palácio do Planalto, Serra entregou pessoalmente a carta de
demissão a Temer na noite desta quarta, no Planalto.
Conforme
informou o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, desde dezembro do ano passado Serra já
dava sinais a aliados de que poderia deixar o ministério.
Com a saída
de Serra, o secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão, deverá responder pela
pasta até que um novo ministro seja nomeado.
Trechos da carta
Na carta de
demissão, Serra diz que deixa o cargo "com tristeza'. Segundo o ministro,
os problemas de saúde o impedem de cumprir as viagens internacionais
necessárias ao cargo, além das atividades do dia a dia.
José Serra
acrescenta, ainda, que os médicos estimam um período de quatro meses para o
"restabelecimento adequado" da saúde.
"Para
mim, foi motivo de orgulho integrar sua equipe. No Congresso, honrarei meu
mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à
recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática
do Brasil", conclui José Serra na carta.
Problemas de saúde
Na carta de
demissão, José Serra não especifica os problemas de saúde que enfrenta. Em
dezembro do ano passado, o então ministro foi submetido a uma cirurgia na coluna no
Hospital Sírio-Libanês.
Além disso,
em janeiro de 2014, Serra foi submetido a uma cirurgia na próstata. Ele
apresentava um quadro de hiperplasia prostática benigna, quando há aumento do
órgão.
Antes disso,
em julho de 2013, o ministro foi submetido a um cateterismo. À época, os
médicos colocaram no coração dele um stent, mola metálica que expande a artéria
e aumenta a capacidade de fluxo sanguíneo.
PSDB no governo Temer
Mesmo com a
saída de José Serra, o PSDB continua sendo um dos principais partido que
integram a base de apoio do presidente Michel Temer.
Isso porque
a legenda comanda os ministérios das Cidades (Bruno de Araújo-PE), da
Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy-BA) e dos Direitos Humanos (Luislinda
Valois-BA).
Além disso, o
líder do governo no Senado é o tucano Aloysio Nunes (SP), candidato a
vice-presidente em 2014 na chapa formada com Aécio Neves (MG), que acabou
derrotada.