Não se tem memória de
um momento tão imprevisível como o que no momento passa a vida da sociedade
brasileira, em todos os seus setores.
Em toda parte, as ocorrências estranhas
surpreendentes e produzem um generalizado sentimento de incerteza que se mescla
com o de insegurança, provocando uma acentuada elevação da indignação geral que
conduz à evocação saudosa dos tempos avoengos, tendência que levou à
exemplar advertência do gênio, Raul Pompéia, que suicidou aos 25 anos e
sua obra, intitulada se "O Ateneu", escreveu:, “lembramo-nos com
saudade hipócrita dos felizes tempos, como se a mesma incerteza que hoje nos
aflige não fosse a mesma dos tempos de outrora, e não viesse de longe a
enfiada das decepções que nos ultrajam”. E assim a história de
imprevisibilidade e de incertezas continua.
Em lugar de perdermos tempo, especulando sobre os
desdobramentos das ações do atual Presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, que será contido pela maturidade das instituições democráticas daquela
potência, melhor cuidar dos escândalos que nos consomem, derivados,
essencialmente, de nossa flagrante incapacidade de competir numa sociedade
dominada pelo conhecimento. De fato, nossos problemas de saúde, Educacao,
segurança pública, corrupção, impunidade e infraestrutura resultam, em última
análise, de nosso deficiente sistema educacional, universalmente reconhecido,
frágil que, aparentemente, só interessa de modo secundário aos diferentes
setores da sociedade brasileira que se comportam covardemente face à
incapacidade de se buscar as transformações.
A operação Lava-Jato, não tenhamos ilusões, é
filha do despreparo das massas que ao elegerem, reiteradamente, os políticos
inescrupulosos que as massacram. Estamos pagando o preço de havermos confiado a
condução dos nossos destinos àqueles que não tiveram vergonha de nos prometer o
céu na terra, desatentos à implacável falência dos povos que se deixaram
conduzir pelas promessas de falsos heróis.
Neste atual ambiente da vida brasileira, a nota de
confiança vem da ação serena e firme do Presidente da República que, não
obstante seu baixo nível de aprovação popular, graças às trapalhadas de
proeminentes membros e líderes de seu partido, enfiados até o nariz num mar de
lama e de corrupção, com prudência e humildade, tenta definir uma pauta mínima
de reformas, essencialmente à retomada do desenvolvimento, com os inerentes
consectários de elevação de emprego e renda.
Aprovada a PEC dos gastos, necessária e providencial,
seguem-se as reformas da Previdência, da obsoleta é arcaica Legislação
Trabalhista, com o fim da farra sindical com dinheiro público e a tributária,
para facilitar a vida do massacrado contribuinte brasileiro. Para que se
tenha ideia do nível de irresponsabilidade a que chegamos, há no Brasil mais de
11 mil sindicatos, número que supera os dos 15 países mais populosos e ricos do
planeta.
Os pecados do atual Congresso Nacional - o pior de
toda a vida republicana-, serão minimizados, aos olhos da História, na medida
em que continue compenetrado da indispensável e urgente necessidade das
reformas em curso, para que não aumentemos, ainda mais, a fundura já abissal do
poço de nossas desesperanças.
José Kleber Calou Filho- Advogado e membro do Inst
Cultural do Cariri.

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