A Polícia Federal deflagrou neste sábado (9) uma operação para cumprir
dois mandados em Fortaleza de uma investigação que apura irregulares
cometidas durante a aplicação de provas do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), no último domingo (3).
As ordens judiciais
são de busca e apreensão expedidos pela 12ª Vara Federal de Fortaleza. Os
mandados foram cumpridos nas casas de duas aplicadoras dos
exames suspeitas de terem cometido as irregularidades. Segundo a PF, os
atos investigados foram identificados por meio de um levantamento realizado em
cooperação com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep).
A operação, batizada
de Thoth, apreendeu os celulares das duas aplicadoras, que serão
submetidos à perícia. Ainda segundo a PF, as investigações continuarão
"para apurar todas as circunstâncias dos fatos".
As duas suspeitas
(cujos nomes não foram divulgados) poderão ser indiciadas pelo crime de fraude
em certames de interesse público, previsto no artigo 311-A, III do
Código Penal Brasileiro. Se condenadas, elas estarão sujeitas a penas que
podem chegar a mais de cinco anos de reclusão, além de
multa, considerando ainda a causa de aumento de pena do parágrafo 3º.
Além de Fortaleza, a
Polícia Federal investiga outros casos relatados no Rio de Janeiro e na
Bahia.
O nome da operação, Thoth, foi inspirado no deus egípcio da escrita
e da sabedoria. "Os egípcios acreditavam que ele criara os Hieróglifos
(caracteres utilizados para a escrita no Egito antigo). Thoth era também
conhecedor da matemática, astronomia, magia e representava todos os
conhecimentos científicos, o que traduz o universo em que estão envolvidos os
candidatos do Enem", explicou a PF em nota.