Com os R$
278 milhões disponibilizados pelo Banco do Brasil para a safra de 2019/2020 no
Ceará, volume 32% superior ao desembolsado pela instituição na safra anterior,
o setor agropecuário do Estado busca intensificar os investimentos em
tecnologia e inovação. Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Rodrigo Diógenes Pinheiro, a ideia é
estimular os produtores a buscarem mais financiamentos voltados, por exemplo,
para reúso de água e utilização de energia renovável.
"O que nós pretendemos é
que haja uma utilização mais consciente desse crédito, principalmente com
tecnologia e inovação para que a gente possa utilizar o que há de mais
moderno", disse Pinheiro. "Também estamos visando muito a utilização de
máquinas de processamento e beneficiamento para agregar valor ao produto, para
o produtor deixar de ser um vendedor de matéria-prima e poder processar sua
produção". Do total disponibilizado pelo Banco, R$ 200 milhões serão
destinados para custeio, comercialização e industrialização e R$ 78 milhões
para investimentos.
Os recursos de crédito rural
para o Ceará foram anunciados ontem (26) pelo superintendente regional da
instituição, Pio Gomes de Oliveira Júnior. "O que nós vemos é que cada vez
mais o produtor está se profissionalizando, se tornando um microempresário,
independentemente de estar na agricultura familiar. Ele tem mais conhecimento
em inovação e também conhecimento financeiro", disse. Ao segmento de
agricultura familiar serão disponibilizados R$ 101 milhões, para médios
produtores serão R$ 22 milhões e os R$ 155 milhões restantes serão destinados a
demais produtores e cooperativas.
De acordo com Pio Gomes, o
objetivo do Banco é fazer com que os produtores do Estado consigam superar o
valor contratado na safra passada (de julho de 2018 a junho de 2019). "Nós
estamos recebendo um aporte 32% superior ao do ano passado, enquanto no Brasil
o crescimento foi de 20%", afirmou.
Conforme o vice-presidente da
Faec, normalmente a maior parte dos recursos captados pelos produtores
cearenses vai para aumento de rebanho e para o fortalecimento, segurança
alimentar dos animais, além de investimentos em máquinas, equipamentos e
implementos agrícolas.
Na última
safra, o Banco do Brasil desembolsou R$ 211 milhões para os produtores
cearenses. As operações de custeio, comercialização e industrialização somaram
R$ 148 milhões e as operações de investimentos totalizaram R$ 63 milhões.
Desses valores, R$ 77 milhões foram para o Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 18 milhões para o Programa Nacional de
Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e R$ 116 milhões para demais
produtores.
Os principais segmentos
financiados no Estado na última safra foram: bovino (leite), avicultura, bovino
(misto), suinocultura, bovino (carne), carnaúba, carcinicultura, coco, caju,
banana, ovinos, mandioca, maracujá, milho e piscicultura. Para este ano, os
agricultores que se enquadram no Pronaf terão taxas de juro entre 3% e 4,6% ao
ano. Para pequenos (fora do Pronaf) e médios, o índice é de 6% ao ano. Os
demais terão juros de 8% ao ano.