O senador Tasso Jereissati conduziu, na noite da
última quinta-feira (5), evento de filiações de ex-integrantes do PR ao PSDB,
em Maracanaú. Ao Diário do Nordeste, ele disse que trabalhará "tanto pelo Ceará
quanto pelo Brasil" em 2018 ( Foto: JL Rosa ).
Embora tenha buscado demonstrar unidade em evento
de filiações de ex-integrantes do PR ao PSDB ocorrido na última quinta-feira
(5), em Maracanaú, a oposição ao Governo Camilo Santana (PT) ainda não tem candidatos
definidos, tampouco indicativos sobre quando a chapa será fechada. O principal
líder tucano no Estado, senador Tasso Jereissati, afirmou ao Diário do Nordeste
que, nas constantes reuniões da oposição, ainda não há "um nome
principal" em discussão, mas ressaltou que o grupo - formado por PSDB,
PSD, SD e PROS - trabalha na formação de uma chapa que "traga renovação a
uma política do Ceará".
Tasso Jereissati foi quem conduziu, no evento
realizado na noite da última quinta-feira no Centro de Desenvolvimento
Educacional do Colégio 7 de Setembro, em Maracanaú, as filiações do
vice-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, da filha dele, a deputada estadual
Fernanda Pessoa, do ex-governador Lúcio Alcântara e de prefeitos e vereadores
ao PSDB. Na chegada ao local, ele ressaltou que, entre março e o início de
abril, as atenções estavam voltadas às "definições partidárias" em
torno das filiações - uma vez que o prazo para que pretensos candidatos às
eleições deste ano estivessem filiados a uma sigla partidária terminou ontem
(6).
Agora, o grupo apostará em uma agenda de
mobilização no Estado para definir os candidatos a governador, vice e senador
em 2018. "Essas conversas do final de março, agora abril, são as
definições partidárias, que estão acontecendo aqui (na quinta) com várias
lideranças fundamentais que se juntam no PSDB, aliados a outros partidos, para
formar um grupo forte, que tenha consistência e possa enfrentar a onda do poder
federal e do poder estadual", declarou.
Na oportunidade, o senador criticou a
"cooptação" de ex-oposicionistas pelo governo, que resultou em baixas
recentes à oposição. "É uma vergonha para o Ceará que não tenhamos
condições de competir contra o Governo do Estado e o Governo Federal. Hoje,
aqui, tanto a pressão do Governo Federal, do Temer, como a pressão do Governo
Estadual, estão cooptando a maioria dos políticos na tentativa de que não haja
oposição", reclamou. Ele chamou a aliança entre PSDB, PSD, SD e PROS de
"grupo da resistência, que entende que o povo do Ceará não aceita isso,
uma eleição sem disputa, que é o que eles querem, e vai para a luta, mesmo sem
ter poder, vai para a luta".
Sem data
No lançamento do Movimento Renasce, em Fortaleza,
no início de março, Tasso havia declarado, em entrevista, que a candidatura
oposicionista ao Governo do Estado seria anunciada até o fim do mês, mas disse,
na quinta, que não há previsão para um anúncio. "Não tem data marcada,
não. A data marcada é a data da lei", desconversou. "Não é só a
pesquisa (interna, encomendada pelo PSDB) que define qual é o melhor nome para
que a gente possa formar um grupo e também traga renovação a uma política do
Ceará, que está ficando cada vez mais velha e vencida. Tem vários nomes",
afirmou.
Segundo o senador, a coordenação política formada
no grupo oposicionista em reunião no último dia 26 de março, composta por ele,
Capitão Wagner e Lúcio Alcântara, trabalha na construção de uma agenda de
mobilização no Estado, que deve levar debates a municípios de todas as regiões
do Estado. Ele informou que ainda não há definição sobre quando e qual será o
primeiro município a receber o evento, mas destacou que "nós vamos começar
uma série de reuniões em várias regiões do Ceará para fazer essa
mobilização".
Questionado sobre como dividirá a participação na
coordenação da campanha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à
Presidência da República, e na campanha da oposição cearense ao Governo do
Estado, Tasso disse que trabalhará "tanto pelo Ceará quanto pelo
Brasil", mas frisou: "A minha preferência é o Ceará". Sobre o
governador tucano estar tentando convencê-lo a disputar o cargo de governador
e, com isso, fortalecer palanque do presidenciável no Nordeste, Tasso disse
apenas que a defesa de Geraldo Alckmin para que seja candidato é "bondade
dele".
Perguntado também sobre quais são as metas do
PSDB para a eleição de deputados federais e estaduais no Ceará, Tasso afirmou
que não há "metas estabelecidas", mas disse que o partido colocará à
disposição do eleitorado "vários candidatos". "Vamos começar com
três deputados que eu considero praticamente eleitos, que são o Raimundo Gomes
de Matos, o Roberto Pessoa e o Danilo Forte. E o senador Lúcio Alcântara, que
traz a sua experiência e a sua vida de homem limpo para mostrar que esse lado é
o lado limpo, não é o lado da Lava-Jato", declarou, confirmando que o
grupo considera possível candidatura do ex-governador Lúcio Alcântara ao Senado
Federal.
Fortalecimento
Durante o evento de filiações, outros tucanos
demarcaram a posição dos opositores em relação à disputa eleitoral. O presidente
estadual do PSDB, Francini Guedes, por exemplo, animou os presentes ao dizer,
em discurso: "nós temos candidato a governador, podem ficar certos
disso!", enquanto a plateia reagia gritando os nomes de Tasso Jereissati e
do deputado estadual Capitão Wagner (PROS).
Ex-presidente do PSDB no Ceará, o ex-senador Luiz
Pontes, por sua vez, ressaltou ao Diário do Nordeste que o PSDB "está
forte" após as últimas adesões. "Nós vamos escolher, agora, o nosso
candidato a governador, para que a gente possa apresentar à sociedade cearense
uma opção para se discutir o Estado".
Fonte: Diário do Nordeste