Foto: Rosinei Coutinho/STF
Alexandre de Moraes assumirá a
Vice-Presidência da Corte
O ministro Edson Fachin assume
a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (29), em
Brasília. Com Alexandre de Moraes como vice, ele sucede Luís Roberto Barroso e
estará a frente da Corte no biênio 2025–2027.
Fachin também assume a
liderança do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), instituição pública que visa
aperfeiçoar o trabalho do Judiciário brasileiro, principalmente no que diz
respeito ao controle e à transparência administrativa e processual.
A cerimônia de posse acontece
nesta tarde, a partir das 16 horas, no Plenário da Corte. O evento será
transmitido ao vivo pelo canal da instituição no YouTube.
Esta será a primeira vez que
Fachin assume o comando do STF, desde que foi indicado ao cargo, em 2015, pela
então presidente Dilma Rousseff. Na época, assumiu a vaga do ministro
aposentado Joaquim Barbosa.
Antes da presidência da
Tribunal, Edson Fachin comandou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre os
meses de fevereiro e agosto de 2022.
Casos relevantes no STF
Lava Jato e redução da
letalidade policial
Desde que passou a integrar o
STF, o ministro atuou em casos relevantes para a história do País e do Poder
Judiciário. Entre eles, estão os processos relacionados à Operação Lava Jato,
cuja condução ele assumiu em fevereiro de 2017, após o falecimento do ministro
Teori Zavascki.
O magistrado ainda é o relator
da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, mais
conhecida como "ADPF das Favelas", que visa reduzir a letalidade
policial no Estado do Rio de Janeiro.
Ao longo da trajetória na
Corte, também reconheceu o crime de injúria racial como uma forma de racismo,
além do Mandado de Injunção (MI) 4733, que enquadrou a homotransfobia como
crime de racismo.
Edson Fachin ainda relatou a
decisão do Plenário que proibiu revistas íntimas vexatórias em visitantes nos
presídios.
Direitos sociais e dos povos
indígenas
O magistrado foi relator da
ação que validou a obrigatoriedade de escolas particulares admitirem pessoas
com deficiência, com adaptações sem custos adicionais nas mensalidades.
Ainda definiu como marco
inicial da licença-maternidade e do salário-maternidade a alta hospitalar da
mãe ou do recém-nascido.
Fachin também proferiu o voto
vencedor do julgamento que reconheceu a omissão legislativa na regulamentação
do direito à licença-paternidade.
Em relação ao direito dos
povos indígenas, ele foi relator do recurso extraordinário (RE) que o Plenário
afastou a tese do marco temporal (data da promulgação da Constituição) para a
definição da ocupação tradicional da terra por comunidades indígenas.
Trajetória no Direito
Nascido em 8 de fevereiro de
1958 em Rondinha (RS), Fachin formou-se em direito pela Universidade Federal do
Paraná (UFPR), onde também atua como professor titular de Direito Civil.
É mestre e doutor em direito
das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), com pós-doutorado no Canadá. Foi ainda docente visitante da Dickson
Poon Law School, do King’s College, em Londres.
Antes de ingressar no Supremo,
atuou como advogado, com ênfase em direito civil, agrário e imobiliário, e além
de ter sido procurador do Estado do Paraná.
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