Trump e Putin — Foto: Reuters
Pedido de encontro partiu dos
americanos, disse assessor do governo russo. EUA não se pronunciaram ainda,
porém Trump disse na quarta que poderia se encontrar com Putin em breve.
O presidente russo, Vladimir
Putin, e o presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, vão se reunir nos
"próximos dias", disse nesta quinta-feira (7) o assessor do Kremlin,
Yuri Ushakov, porém sem precisar uma data. O encontro seria o primeiro entre
líderes dos EUA e da Rússia em mais de quatro anos.
"A pedido do lado
americano, foi essencialmente alcançado um acordo para realizar uma reunião
bilateral no mais alto nível nos próximos dias, ou seja, um encontro entre o
presidente Vladimir Putin e Donald Trump. Estamos agora iniciando os preparativos
concretos junto com nossos colegas americanos", afirmou Ushakov.
No encontro, Trump e Putin
devem discutir detalhes para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia e
há uma expectativa de um avanço real pelo fim do conflito, que completou três
anos em fevereiro.
Ushakov não deu mais detalhes
sobre o encontro, mas há uma expectativa de que aconteça na semana que vem. EUA
e Rússia já concordaram no local, que será revelado mais para frente, segundo o
assessor russo. Ushakov disse acreditar que as relações entre os dois países
podem melhorar a partir disso. Após o anúncio, o mercado de ações da Rússia
disparou e chegou a subir 4,5%.
Este seria o primeiro encontro
entre líderes dos EUA e da Rússia desde junho de 2021, quando Putin e Joe Biden
se reuniram em Genebra, na Suíça. A invasão russa na Ucrânia em fevereiro de
2022 mergulhou as relações da Rússia com o ocidente em uma profunda crise.
O anúncio ocorre um dia após
uma reunião entre Putin e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, para
discutir a guerra na Ucrânia. Trump disse que o encontro havia gerado um "grade
progresso", já o governo russo disse que foi "construtivo" e
que houve uma "troca de sinais" entre Moscou e Washington.
O governo dos EUA não se
manifestou oficialmente sobre o anúncio do Kremlin até a última atualização
desta reportagem. No entanto, Trump havia dito na quarta-feira que poderia se encontrar com o líder
russo em breve.
Trump tem buscado reconstruir
as relações com a Rússia e tentar encerrar a guerra, embora seus comentários
públicos desde que retornou à Casa Branca, em janeiro, tenham oscilado entre
elogios a Putin e críticas e ameaças —entre elas, as sanções econômicas contra
os russos e parceiros comerciais, que passarão a valer nesta sexta-feira (8),
confirmou a Casa Branca na quarta.
Segundo a mídia dos EUA, além
de se encontrar com Putin, os planos de Trump incluem uma reunião trilateral
envolvendo também o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, logo após o encontro
direto com o líder russo. O governo russo, no entanto, ficou em silêncio sobre
essa possibilidade quando levantada por Witkoff.
Em meio a negociações diretas
entre Ucrânia e Rússia por um cessar-fogo na guerra, Zelensky busca há semanas
um encontro direto com Putin, mas o governo russo adota discurso de que tal
encontro acontecerá apenas quando as tratativas estiverem em estágio avançado.
No último encontro direto
entre as comitivas de Ucrânia e Rússia, os dois lados relataram terem visões
"completamente opostas" nos requisitos para o fim do conflito —os
russos pressionam por anexar cerca de 20% do território ucraniano e outras amarras
ao rival, o que europeus consideram inaceitável. Ainda não se sabe quanto as
pressões recentes aplicadas por Trump podem ter mudado a visão de qualquer um
dos lados.
Encontro com Zelensky
Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky — Foto: Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP
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