Everton "Boi" em atuação pelo NEC, time de voleibol do Japão — Foto: Reprodução/Instagram
Campeão do mundo sub-19 em
1995, ex-jogador é executado enquanto dirigia uma caminhonete na capital
mato-grossense. Polícia investiga crime com possível motivação passional.
Câmera de segurança registrou
momento em que o ex-atleta é baleado e bate o carro
O ex-jogador da Seleção
Brasileira de vôlei, Everton Fagundes Pereira da Conceição, conhecido como
“Boi”, foi assassinado na noite desta quinta-feira (10) em Cuiabá. Ele tinha 46
anos e foi encontrado morto dentro de uma caminhonete após ser baleado. O crime
aconteceu nas imediações do Posto Bom Clima e está sendo investigado pela
Polícia Civil de Mato Grosso.
Segundo informações da Polícia
Militar, a equipe que patrulhava a região se deparou com um acidente envolvendo
a caminhonete de Everton e uma F-350 verde. Ao se aproximarem, os policiais
constataram que o ex-atleta já havia sido atingido por tiros e não apresentava
sinais vitais. Testemunhas contaram que o autor dos disparos estava dentro do
carro com a vítima e fugiu logo após os tiros, trocando de veículo para
escapar. O Samu foi acionado e confirmou a morte no local.
Uma mulher procurou a
delegacia para relatar que seu ex-marido teria sequestrado Everton pouco antes
do homicídio, utilizando o mesmo carro onde ele foi encontrado. A principal
suspeita da polícia é de que o crime tenha motivação passional, com base nos primeiros
depoimentos colhidos e nas circunstâncias do assassinato. A investigação busca
agora confirmar essa versão e identificar os envolvidos.
Everton “Boi” era natural de
Várzea Grande-MT e vinha de uma família tradicional da cidade. Era filho do
ex-goleiro João Fagundes da Conceição, conhecido como “Fagundão”, que defendeu
o Operário Várzea-grandense nos anos 1980. Criado entre os bairros Cristo Rei e
Jardim Glória, Everton estudou em colégios locais antes de se destacar no
esporte. Começou no vôlei ainda na adolescência e rapidamente chamou atenção
por seu porte físico, altura (1,97m) e potência ofensiva.
Com apenas 16 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira
infanto-juvenil e integrou a equipe que conquistou o título mundial de 1995, em
Porto Rico. No ano seguinte, também foi campeão sul-americano da categoria, no
Paraguai. A performance nas categorias de base o lançou para o voleibol
profissional, onde teve uma carreira com passagens marcantes por clubes
nacionais e internacionais.
No Brasil, defendeu equipes
como Fiat/Minas, Suzano, São Caetano e Vôlei Futuro. Atuando como oposto, era
conhecido por sua força no ataque e por liderar estatísticas de pontuação. Fora
do país, passou por clubes da Espanha, Argentina e Japão — neste último, vestiu
a camisa do NEC Blue Rockets e terminou como um dos principais pontuadores da
liga japonesa. Retornou ao Brasil no fim da primeira década deste século e
encerrou a carreira no Cuiabá Vôlei Clube, por onde também colaborou com
projetos locais de desenvolvimento esportivo.
Embora tivesse uma passagem
anterior pela polícia por falsidade ideológica, Everton era uma figura
reconhecida no meio esportivo de Mato Grosso e respeitada por sua trajetória
nas quadras. Sua morte gerou grande comoção entre ex-companheiros, treinadores
e torcedores que acompanharam seu desempenho nos anos 1990 e 2000.
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