Suspeita de matar nora envenenada é investigada por morte da filha em SP.

 

 

Luiz Antonio Garnica, Elizabete Arrabaça e Nathalia Garnica

Imagem: Reprodução… 

Elizabete Arrabaça, 67, presa por suspeita de envolvimento na morte da nora, a professora de pilates Larissa Talle Leôncio Rodrigues, 37, também é investigada pela morte da própria filha, Nathália Garnica, 42.

O que aconteceu

As duas mulheres morreram após ingestão de chumbinho, entre fevereiro e março deste ano. A conclusão faz parte de um laudo toxicológico realizado após a exumação de restos mortais de Nathália Garnica, que morreu um mês antes de Larissa Rodrigues. O laudo foi entregue à polícia ontem.

Polícia diz que há semelhança nos dois crimes, mas que as investigações serão separadas. "Até então nós não tínhamos nenhuma posição a respeito da morte da Nathália, mas com o laudo está claro que houve um crime macabro. Inicialmente, a suspeita é a própria mãe, mas a investigação corre no sentido de saber se há o envolvimento de outras pessoas", explicou o delegado Fernando Bravo em coletiva de imprensa.

No início de maio, Elizabete escreveu uma carta em que relatava que a filha teria ingerido o mesmo veneno que a nora. Apesar disso, o laudo mostra que o tipo de chumbinho encontrado no corpo das vítimas é diferente, disse a polícia. "O laudo indica que são substâncias químicas diferentes, com princípios ativos distintos, o que demonstra que aquela parte da carta indica que ela está mentindo", diz Bravo.

Mãe e filho, que permanecem presos, serão ouvidos na investigação da morte de Nathália. "Os dois [Luiz e Elizabete] já foram ouvidos no início da investigação da Larissa. Agora, nós precisamos ouvi-los em relação à morte da Nathália e em relação à morte, novamente, da Larissa. Todos os detalhes que nós temos, todas as informações que conseguimos até agora, não conseguimos analisar

tudo, porque o volume de dados é muito grande. O que a gente tem ali, conseguimos já formar uma ideia pra onde vai a investigação".

Mais testemunhas serão ouvidas e celulares periciados. O delegado detalhou que os próximos passos da investigação envolvem a oitiva de pessoas próximas da família e a análise de conversas que foram apagadas de aplicativos de mensagens nos telefones dos suspeitos.

Mortes semelhantes

 


Larissa Rodrigues

Imagem: Reprodução / Redes Sociais

O delegado desconfiou da morte de Nathália e pediu a exumação do corpo dela. Ao longo da investigação da morte da professora de pilates Larissa, a informação que se tinha era de que Nathália havia morrido de causas naturais, por um infarto. Para confrontar versão do atestado de óbito, Fernando Bravo pediu que o corpo dela fosse exumado.

Após a confirmação de morte por envenenamento, caso passou a ser investigado como homicídio. Na carta, Elizabete diz que a filha havia comentado que várias pessoas tinham pedido para a filha conseguir veneno para ratos, que estavam aparecendo com frequência na região. Nathália era chefe da Vigilância Sanitária de Pontal (SP) e teria conseguido dois vidrinhos de chumbinho, de acordo com a mãe.

Elizabete afirmou que colocou os recipientes na bolsa, junto com remédios como dipirona e omeprazol. Ela disse que alguém, que ela não sabe quem, teria colocado o chumbinho no vidro de um dos remédios que ela levava na bolsa, e que a nora Larissa tomou o medicamento por engano. Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com Luiz Antônio em Ribeirão Preto no dia 22 de março. O laudo toxicológico também apontou envenenamento por chumbinho.

Luiz, marido de Larissa, e a mãe dele, Elizabete, passaram a ser suspeitos. Veneno teria sido administrado ao longo da semana da morte de Larissa. Em entrevista coletiva, o delegado Fernando Bravo informou que a professora de pilates contou a algumas amigas que estava se sentindo mal, com sintomas como diarreia, toda vez que a sogra a encontrava.

Luiz tentou se desfazer de provas limpando o apartamento. De acordo com Bravo, o médico encontrou a esposa já com rigidez cadavérica e tentou limpar o apartamento para se livrar de pistas que pudessem ligá-lo ao caso. ''A participação dele ficou bem evidente para nós'', afirmou

Médico mantinha relação extraconjugal

No dia anterior à morte de Larissa, o suspeito teria ido ao cinema com a amante. Quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento do casal, os investigadores também encontraram a mulher no local, que passou a ser investigada.

 

Motivação do crime, no entanto, continua sendo apurada. Os celulares da vítima, do médico, da sogra e da amante foram apreendidos e estão sendo analisados.

Defesa de Luiz nega que cliente tenha envolvimento na morte de Larissa. O advogado Julio Mossin disse que ainda não teve acesso aos autos, mas ''adianta que o Luiz não matou a esposa e nem concorreu para tanto''. Já o advogado de Elizabete disse a cliente nega as acusações de envolvimento na morte da nora e da própria filha.

Quem é o médico

Luiz é médico do esporte. Ele se formou em 2011 na Universidade de Ribeirão Preto, a Unaerp, segundo o Conselho Federal de Medicina. Em uma consulta hoje no site, seu registro médico permanece ativo e regular.

Ele se especializou em ortopedia e traumatologia. Nas redes sociais, ele diz atuar na área de hipertrofia, emagrecimento, saúde hormonal, doenças crônicas e envelhecimento saudável.

Após a morte de Larissa, ele passou a publicar fotos dela e com ela em seu perfil social. ''Te amo, aonde quer que você esteja saiba que você me fez o homem mais querido, mais feliz e mais amado do mundo e quero ser para você sempre o seu melhor amigo, namorado, marido, companheiro, o amor da sua vida toda, assim como você é da minha'', escreveu em uma das publicações.

 Fonte: UOL- Eduarda Esteves e Luana TakahashiDo UOL, em São Paulo… 

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