Nutricionista Yumi Kuramoto
explica como o alimento deve ser introduzido a diferentes perfis de crianças e
também alerta sobre as restrições alimentares que envolvem o leite.
Embora o aleitamento materno
deva ser mantido para as crianças até os dois anos - sendo alimento exclusivo
nos seis primeiros meses -, nem sempre
as mães conseguem manter o hábito da amamentação por todo este tempo. Nesta
hora, surge a dúvida das famílias de qual leite deve ser o ideal para a
substituição. Embora o mercado ofereça
diversas fórmulas em pó, o uso de leite de vaca integral e pasteurizado
continua sendo uma opção que conta, inclusive, com a chancela da Organização
Mundial de Saúde.
“O leite UHT é liberado a
partir dos 6 meses de vida e para famílias onde a fórmula infantil não é uma
opção viável por conta de custo ou disponibilidade”, explica a nutricionista
Yumi Kuramoto, que atende no centro clínico Órion Complex em Goiânia. Ela explica
que o leite é uma excelente fonte de cálcio, proteínas e gorduras essenciais
para o crescimento saudável da criança, desempenhando um papel importante em
vários aspectos do crescimento infantil.
A nutricionista reitera que o
leite não deve ser retirado da criança sem motivo. Contudo, falsos diagnósticos
de intolerância alimentar ou alergia à lactose motivados por dietas virais na
internet ou até notícias falsas questionando a qualidade nutricional,
especialmente do leite de vaca, podem motivar a retirada do alimento da dieta
da criança sem o devido acompanhamento nutricional, o que chega a ser
prejudicial à saúde em todas as faixas etárias, especialmente das crianças.
“Um dos principais riscos
desta retirada sem indicação é o déficit de cálcio e vitamina D, nutrientes
fundamentais para a formação e fortalecimento dos ossos e dentes. Caso essa
ausência não seja suprida, a criança pode apresentar fragilidade óssea, maior
risco de fraturas e, em casos mais graves, desenvolvimento de osteopenia e
raquitismo”, diz a nutricionista, que completa: “o leite também contém
vitaminas A, B12 e zinco. A insuficiência destas pode comprometer o
desenvolvimento cognitivo, imunológico e físico da criança, além de aumentar o
risco de infecções e distúrbios no crescimento”, conclui a nutricionista.
Leite UHT
Culturalmente, o leite é um dos alimentos mais
prestigiados pelo brasileiro, consumido não apenas em sua forma mais natural,
mas também em seus derivados. Segundo relatório de resultados do Grupo de
Trabalho Interministerial sobre Resiliência em Cadeias de Valor, autenticado
pelo Ministério da Fazenda em 2024, no Brasil, o consumo anual per capita de
leite registra 167 litros por habitante, maior que a média mundial de 116
litros per capita.
Mesmo com isso, a
popularização de fake news sobre o alimento colabora para a demonização deste,
especialmente entre as crianças. Um deles é o de que o leite UHT, popularmente
conhecido como "leite de caixinha” recebe conservantes e faz mal à saúde.
Vinícius Junqueira, diretor
geral da Marajoara Laticínios, indústria leiteira goiana que abastece o Brasil
todo com leite e derivados, explica que o processo de envase do leite UHT
preserva todos os nutrientes do alimento elencados pela nutricionista como
essenciais para o desenvolvimento da criança. Além disso, não recebe aditivos.
“O leite cru é transportado
dentro de um prazo máximo de 12 horas até a fábrica. Em seguida, é realizada
uma bateria de testes de qualidade e depois direcionado para as salas de
pasteurização e esterilização, em que o alimento é submetido a processos de fervura
e resfriamento para que ele possa ser envasado de maneira asséptica e segura
para o consumo, sem alterar sua qualidade nutricional”, explica Vinícius.
O próprio Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) já esclareceram que o leite de caixinha não possui
substâncias tóxicas, como o formol. “Propagar essas notícias falsas sobre o
leite é agir contra a saúde das crianças”, conclui Vinícius.
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