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A região do Cariri contabiliza
31 crimes de homofobia e transfobia entre janeiro de 2024 e o início deste ano.
Desse total, 26 vítimas sofreram condutas homofóbicas e cinco foram alvos de
transfobia. A região representa pouco mais de 8% das 372 ocorrências
registradas em todo o Ceará, no mesmo período.
Juazeiro do Norte lidera os
casos no Cariri, com 20 registros, e em todo o Ceará, está atrás apenas de
Fortaleza, que soma 213 ocorrências. Em seguida, aparecem Crato, com quatro
casos, Várzea Alegre, com dois, e Altaneira, Caririaçu e Mauriti, com um crime
cada. A maioria das vítimas tem entre 35 e 64 anos (12 casos), seguida por
jovens de 25 a 29 anos (7) e adolescentes de 12 a 17 anos (2).
Pessoas solteiras foram as
principais vítimas, em 27 dos 31 crimes. A maior parte dos registros envolve
gays (29%), heterossexuais (26%) e lésbicas (23%), sendo homens cis (32%) e
mulheres cis (29%) os grupos mais atingidos. A sexta-feira e o domingo são os
dias com mais ocorrências de homofobia e transfobia na região.
O Ceará é o terceiro estado
brasileiro com mais assassinatos de pessoas trans, com 11 mortes registradas em
2023, atrás apenas de São Paulo (16) e Minas Gerais (12). Este mês, um homem de
32 anos foi preso em Juazeiro do Norte, acusado de matar um homem trans, em
agosto do ano passado.
Presidenta da Associação
Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides atribui os crimes
à agenda conservadora existente na política brasileira e mundial. “A criação de
um ambiente social hostil e violento reforça esses ideais, que, quando não
incitam diretamente a violência, acabam por empurrar muitos ao autoextermínio.
Afinal, quem conseguiria viver em uma sociedade onde sua própria existência é
vista como uma ameaça?”, indaga Bruna.
Fonte: Jornal do Cariri
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