Menina de 3 anos é a terceira pessoa morta por envenenamento no PI; dois familiares seguem internados.


Menina de 3 anos é a terceira pessoa morta por envenenamento no PI — Foto: Arquivo pessoal/TV Globo


Ao todo, nove pessoas de uma mesma família passaram mal na última quarta (1º) após comerem um arroz envenenado com inseticida. Três morreram e quatro receberam alta do hospital. Mãe e irmã da menina continuam internadas.

 

Lauane da Silva, de três anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (6) no Hospital de Urgência de Teresina. Ela estava internada desde a última quarta-feira (1º) após comer arroz envenenado com uma substância tóxica semelhante ao "chumbinho". Outras oito pessoas da família da menina comeram o alimento. O irmão e o tio de Lauane também morreram.

 

 

A mãe de Lauane, Francisca Maria da Silva, de 32 anos; e a irmã dela, uma menina de quatro anos, continuam internadas. Francisca está no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, enquanto a filha está no hospital de Teresina. Outras quatro pessoas foram hospitalizadas, mas já receberam alta.

O laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML) sobre a comida que foi ingerida pela família revelou que o veneno estava no baião de dois (arroz preparado com feijão) preparado por eles no dia anterior. Com o resultado, a Polícia Civil do Piauí (PCPI) investiga o caso como homicídio

 

Segundo o médico Antônio Nunes, diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade no baião de dois. "Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis", comentou o médico.

 

Já no peixe que foi doado à família na noite do dia 31, nada foi encontrado. A princípio, suspeitou-se que o peixe estivesse envenenado ou mesmo estragado, mas o exame pericial afastou essa possibilidade, e o casal que o entregou às vítimas não é mais considerado suspeito pela Polícia.

A substância encontrada foi o veneno "terbufós", da classe dos organofosforados, utilizado como inseticida e nematicida (pragas de plantas). Ele ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos, causando tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição ao veneno, podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte.

 

A substância é a mesma que foi usada para envenenar, em 2024, dois meninos de 7 e 8 anos da mesma família, filhos de Francisca Maria. Os dois meninos comeram cajus contaminados com a substância que foram dados a eles por uma vizinha. A mulher está presa por duplo homicídio qualificado.



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