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A notícia da aprovação
do decreto
para a canonização da Beata Vincenza Maria Poloni, anunciada na última
segunda-feira (27) pela Sala de Imprensa da Santa Sé, foi recebida com festa
pelas Irmãs da Misericórdia. As cerca de 570 religiosas que pertencem à
congregação, criada pela futura nova santa em 1840, comemoram este passo, que
vai inscrever a religiosa italiana no livro dos santos.
“O sentimento que nos
acompanhou foi de gratidão a Deus por este dom e também de louvor a Deus”,
conta a Irmã Maria Stella Cristanelli, referencial para a missão das Irmãs da
Misericórdia no Brasil. “Desperta também o desejo de caminhar atrás de nossa fundadora
com os mesmos sentimentos dela, que são as nossas virtudes”, completa.
O anúncio motivou um encontro
virtual entre as 63 comunidades da família religiosa. Na oportunidade, a
Superiora Geral, Irmã Maria Visentin, recordou os traços de sua fundadora.
“A madre hoje fez um encontro
rápido com aqueles que puderam, on-line, e nos partilhou a alegria deste
momento, mas nos disse: ‘lembremos que a nossa fundadora amou e amou a vida
sóbria, simples, que faz parte da nossa espiritualidade’. Então nos convidou a,
na expectativa da canonização mesmo, de viver com responsabilidade a nossa
vocação, a nossa escolha de vida religiosa, com característica da humildade,
caridade e da simplicidade”, detalha a referente para o Brasil.
Presença no Brasil
Com estas características, a
congregação chegou ao Brasil em 1988. Atualmente, as Irmãs da Misericórdia
estão presente nas cidades de Quixadá (CE), onde administram o Hospital
Maternidade Jesus, Maria e José; Quixeramobim (CE), onde cuidam do Abrigo Santo
Antônio, destinado a acolhida de idosos; e em Álvaro de Carvalho (SP),
desenvolvendo trabalhos pastorais.
“A evangelização não é só de
palavras, mas também de ações, de testemunho, de seriedade, de amor aos pobres
e de amor para todas as pessoas, porque tem pobreza que é material, tem pobreza
que é espiritual. Então, no respeito e na acolhida, fazer perceber que (...)
aqui a gente começa a viver, se preparar para viver a outra vida que nos
espera”, explica Irmã Stella.
O anúncio do reconhecimento do
milagre que levará à canonização adquire ainda mais relevância no contexto do
Jubileu da Esperança. “O sentido do Ano Jubilar, da sinodalidade, da acolhida
ao diferente, daquele que pensa diferente de mim. Porém, se pode crescer
juntos, partilhar, continuar a amar-se. Nossa fundadora amou as pessoas. De
fato, tem um biógrafo que diz: nasceu, viveu, amou, morreu”, contextualiza a
religiosa.
Enquanto aguarda o anúncio da
data da canonização, Irmã Stella assegura que o reconhecimento do milagre
atribuído à intercessão de sua fundadora renova o ardor da congregação.
“Pessoalmente sinto (que) esta notícia que nos alegra no profundo do coração nos
empenha com maior vontade de santidade”, finaliza.
Beata Vincenza Maria
Poloni
Nascida em Verona, em 26 de
janeiro de 1802, foi batizada com o nome de Maria Luigia Francesca. Realizou
sua profissão religiosa em 10 de setembro de 1848. Junto ao Beato Carlo Steeb,
fundou as Irmãs da Misericórdia, com a missão de difundir o amor misericordioso
de Jesus Cristo. Dedicou sua vida aos doentes, órfãos e pobres, a quem chamava
de “nossos patrões”. Morreu em Verona, aos 53 anos, em 11 de novembro de 1855,
após sofrer com um tumor.
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