Morre o ator Ney Latorraca, aos 80 anos

 

Foto: Reprodução

Morreu nesta 5ª feira (26.dez.2024) o ator Ney Latorraca, aos 80 anos. Ele estava internado desde 20 de dezembro, no Rio, em função do agravamento de um câncer de próstata e faleceu em decorrência de uma sepse pulmonar.

O câncer havia sido diagnosticado em 2019. O artista retirou a próstata, mas a doença voltou em agosto deste ano, com metástase. Ney Latorraca deixa o marido, Edi Botelho, com quem era casado há 30 anos.

Ney Latorraca estreou na TV Globo em 1975 na novela “Escalada”. Na emissora, participou de produções como “Malu Mulher” (1979), “O Bem-Amado” (1980), “TV Pirata” (1988), “Vamp” (1991), “Zazá” (1997) e “O Cravo e a Rosa” (2000). 

Antônio Ney Latorraca nasceu em 25 de julho de 1944, em Santos, cidade do litoral de São Paulo. Era filho de artistas artistas: Alfredo, cantor e crooner de boates, e Tomaza, corista. Ao longo da infância, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Segundo o Memória Globo, ambos os pais trabalhavam em cassinos, até que o jogo foi proibido em todo o território nacional, e o casal enfrentou dificuldades financeiras.

“Aprendi desde pequeno que precisava representar para sobreviver, o que nunca me deixou um trauma, pelo contrário. Sempre fui uma criança diferente das outras, tive uma história instigante. Às vezes, eu tinha que dormir cedo porque não havia o que comer em casa. Então, até hoje, para mim, estou no lucro. Minha vida é sempre lucro”, disse Ney Latorraca em depoimento ao site em 2007. 

Segundo ele, “o ator já nasce ator”. Ele declarou ao Memória Globo: “Na época do colégio, eu já representava. Descobri que um professor era espírita. Então, eu recebia entidades para passar de ano. Eu me jogava no chão para conseguir nota, babava. E passava. Eu era um pequeno monstrinho. Foi ali que comecei a fazer teatro”.

Aos 19 anos, morando em Santos, o artista passou em seu 1º teste e fez a peça “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado. Por conta do sucesso, ele foi para São Paulo. Fez um teste com o diretor Plínio Marcos, no Teatro Arena. Passou, mas “Reportagem de um Tempo Mau” não entrou em cartaz, censurada pela ditadura militar. Ele, então, voltou a morar em Santos.

Na cidade, trabalhou em banco, em loja de roupa feminina e foi vendedor de pedra semipreciosa. Ney se matriculou na Escola de Arte Dramática e fez algumas peças. Depois de um tempo, foi para a TV Tupi.

Fez figurações e papéis pequenos, inclusive na novela “Beto Rockfeller”. “Fiz figuração porque Lima Duarte, que dirigia a novela, não gostou de mim, falou que a minha voz era muito afetada. Fiquei fazendo ponta –pela qual não me pagaram. Quer dizer, pagaram com uma coisa chamada dinheiron, que você trocava por artigos de uma loja que só tinha roupa feminina. Troquei por duas calcinhas e um sutiã para minha mãe. A ‘Tupi’ estava em decadência”, disse ao Memória Globo.

Além da Tupi, o ator passou pela Cultura e pela Record. Em 1990, trabalhou no SBT. Retornou à Globo no ano seguinte, para integrar o elenco de “Vamp”.


Fonte: Poder 360

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