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O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, afirmou que o pacto de cortes de gastos que vem sendo
elaborado pela equipe econômica depende de “dois detalhes” para resolver com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e deve acontecer em uma reunião
marcada para a manhã desta quinta-feira (7), às 9h30, no Palácio do Planalto.
Os ministros Simone Tebet
(Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão), que fazem parte
da Junta de Execução Orçamentária (JEO) – junto com Haddad -, também estão
convocados para o encontro.
“Pelo nível de decisão, é uma
conversa muito simples. A conversa com o Congresso será definida amanhã com o
presidente Lula. São dois detalhes que precisamos discutir”, disse ao deixar o
Ministério da Fazenda nesta quarta-feira (6).
“Tivemos reuniões com os
ministérios da Saúde, Educação, Previdência, Desenvolvimento Social e Trabalho,
onde discutimos algumas questões que vamos levar para ele [Lula]. É uma
arbitragem simples que precisa ser feita, e que também compõe o quadro das medidas”.
Segundo o ministro da Fazenda,
havia a pretensão de que essa reunião fosse feita ainda nesta quarta, mas um
encontro anterior sobre G20 com outros ministros fez com que o debate fosse
adiado para quinta.
Sobre os anúncios, Haddad
destacou que o presidente Lula vai definir se primeiro vai apresentar aos
presidentes do Senado e Câmara dos Deputados antes de convocar uma coletiva de
imprensa para apresentar a proposta. Mas que se trata apenas de uma “questão
protocolar”.
O pacote, segundo o ministro,
é composto por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e de um projeto de
lei complementar. No entanto, Haddad não quis dar mais detalhes.
“Divulgar as informações de
forma fragmentada não é o ideal. Vocês vão ficar sabendo das coisas, do que se
pensou em fazer, e de como algumas medidas terão impacto naquilo que
inicialmente não seria afetado. O que estamos levando para o presidente é consistente
com a tese que estamos defendendo, que é reforçar o arcabouço fiscal. Todo
mundo comprou a tese de que precisamos reforçar o arcabouço fiscal”, pontuou.
Haddad ainda destacou que tudo
será feito “com toda transparência” para evitar criar “dificuldade de aprovação
no Congresso”.
“O que estamos propondo estará
em linha com as contas do Tesouro Nacional e com o que entendemos ser
necessário para ajustar a trajetória das finanças públicas. Tivemos um bom ano
fiscalmente”, pontuou.
“A receita ordinária está
entrando mais do que os técnicos da Fazenda imaginavam no ano passado”.
Apesar dos embates que
ocorreram nestes dois dias de reuniões com ministros, Haddad afirmou que os
cinco entenderam a necessidade das medidas para fazer o ajuste fiscal.
“O importante a dizer é o
seguinte: o presidente quis estabelecer uma metodologia de trabalho para
envolver todo o governo em uma convergência em relação às necessidades. Isso é
o mais importante, porque todo mundo convergiu. Tem dois detalhes, mas não é
algo que não interfere no desenho geral”, frisou.
Tentando evitar especulações
Haddad ainda pontuou que o
governo está “tentando evitar especulações”. Afirmou também que às vezes liga
para “algumas pessoas” para desfazer algum mal entendido sobre o que está ou
não em pauta.
De acordo com Haddad, o
“problema, que não é um problema”, é que a área econômica faz muitas simulações
a pedido de ministérios, do Planalto e até mesmo do Congresso Nacional, mas que
isso não significa que sejam propostas que serão encampadas.
“Às vezes, fazemos cálculos de
medidas que sequer têm a nossa simpatia, a simpatia da Fazenda ou do
Planejamento, mas o cálculo é feito porque é dever nosso atender a Esplanada e
até o Congresso Nacional. No entanto, nem todos os exercícios feitos estão sendo
considerados politicamente”, frisou.
Fonte: cnnbrasil
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