Foto: Reprodução |
A mudança do clima é uma das
três prioridades da presidência brasileira no G20, que começa na
segunda-feira.
Os temas também estão sendo
debatidos no G20 Social, iniciativa do Brasil para ouvir as demandas da
sociedade civil que serão apresentadas aos líderes mundiais.
Estudantes de vários cantos do
país lotaram as primeiras filas. Todos interessados num tema difícil: a reforma
da governança global, uma das prioridades do Brasil no G20.
"A gente tem pessoas que
estão sempre tomando decisões para fazer as coisas funcionarem. A governança é:
como essas decisões vão ser tomadas? Quais estratégias vão ser tomadas? E como
que a gente vai pensar e o que fazer?", indaga Angélica Dino Figueiredo,
estudante de Relações Internacionais.
O assunto também interessa a
Oleksandra Matviichuk e Aleksandr Cherkasov, defensores dos direitos humanos e
ganhadores do Prêmio Nobel da Paz em 2022.
Ela é da Ucrânia e ele
da Rússia. Os dois
países vivem uma guerra que já dura quase três anos.
O Brasil defende mudanças nas
instituições internacionais, como a ONU, para que mais nações
tenham voz.
Oleksandra afirma que essas
organizações devem ser capazes de garantir direitos humanos e segurança para as
pessoas, independentemente de onde elas vivem.
Se por trás da janela o
público pode ver a poluição de combustíveis fósseis na Baía de Guanabara,
dentro do armazém, centenas de pessoas acompanham um debate que vai no sentido
oposto: sustentabilidade e transição energética justa.
O Brasil defende que as
principais economias do planeta assumam o compromisso de reduzir de forma mais
rápida as emissões de carbono.
E promete dar o exemplo,
estimulando mudanças na forma como produzimos alimentos.
"É um tema onde o país
tem, digamos, 'cacife' para poder se manifestar, dar opinião e, inclusive,
cobrar dos países mais rico o que ele deseja, que é o apoio financeiro para que
haja algum tipo de adaptação e que se atinja um estágio de desenvolvimento
sustentável", explica Miriam Gomes Saraiva, professora de Relações
Internacionais da UERJ.
Entre todos os assuntos
políticos, econômicos e sociais debatidos nessa cúpula, nenhum vai marcar tanto
a presidência brasileira do G20 como a criação de uma aliança global contra a
fome e a pobreza.
Uma iniciativa inédita e que
já recebeu apoio de 41 países, instituições financeiras e de outras
organizações internacionais.
Hoje, foram anunciados os
objetivos que a aliança pretende atingir até 2030:
Alcançar 500 milhões de
pessoas com programas de transferências de renda;
Expandir as merendas escolares
para mais 150 milhões de crianças;
Levar serviços de saúde a 200
milhões de mulheres e crianças.
Segundo o ministro Wellington
Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, na próxima segunda-feira, a
aliança global contra a fome e a pobreza será lançada com a lista de países e
fontes de financiamento.
"Estamos falando de
coisas concretas. Quem participa, de que forma participa, qual o alcance, qual
a meta que quer alcançar em relação ao combate à fome e a pobreza",
afirmou.
O diretor do Programa Mundial
de Alimentos da ONU diz que essa é uma iniciativa histórica.
"Nunca houve, dentro de
todas as reuniões do G20, G7, uma atividade que fosse com objetivos claros e
com financiamento. A partir do momento em que os países se comprometem a fazer
algo contrário à extrema pobreza, já é um grande início".
Fonte: G1
0 Comentários