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Acabamos de passar por uma
sexta-feira 13 – e neste link você descobre o porquê de toda a
polêmica envolvendo a data. Para daqui a cinco anos, em um dia como esse (só
que no mês de abril), é esperado que um grande asteroide passe bem perto
da Terra: Apophis, uma rocha espacial que recebeu o sugestivo
nome do deus egípcio da destruição e do caos.
Na ocasião, o objeto, com
tamanho estimado em 350 a 450 metros de diâmetro, vai se aproximar a meros
30.600 km da Terra, tão perto do planeta em termos astronômicos que poderia ser
visível a olho nu.
Um estudo publicado
recentemente no periódico científico The
Planetary Science Journal sugere que pequenos impactos de outros
asteroides poderiam alterar a trajetória de Apophis, aumentando o risco de
colisão em passagens posteriores. No entanto, as chances de isso acontecer são
muito baixas.
NASA descarta colisão de
qualquer asteroide com a Terra nos próximos 100 anos
Segundo Paul Wiegert,
astrônomo da Universidade de Western Ontario, no Canadá, a probabilidade de um
impacto suficientemente forte desviar o asteroide para uma rota de colisão em
2029 é de 1 em 2 bilhões. Após 2029, essa chance passa a ser de 1 em 1 milhão.
Wiegert explicou ao site Space.com que pequenos asteroides, como os que
ocasionalmente atravessam a atmosfera terrestre e são vistos como meteoros ou bolas de fogo, poderiam colidir com
Apophis. No entanto, ele enfatiza que tais eventos são raros e difíceis de
prever.
No estudo, a equipe liderada
por ele investigou se um asteroide menor atingiria Apophis durante o período de
2021 a 2027, enquanto ele está “invisível”, fazendo parte da paisagem celeste
diurna da Terra, e se isso poderia desviá-lo o suficiente para torná-lo
perigoso ao planeta. “O asteroide Apophis é essencialmente inobservável de
agora até 2027 porque está no céu diurno e, portanto, pode ser atingido sem que
estejamos imediatamente cientes do evento”.
Apophis foi descoberto em 2004
e imediatamente entrou na lista de objetos potencialmente perigosos, devido ao
seu tamanho e à sua trajetória próxima da Terra. Por muitos anos, figurou nas
listas de risco da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA). Entretanto, uma
análise mais detalhada, realizada em 2021, descartou a possibilidade de colisão
nas próximas décadas, garantindo que Apophis (e qualquer outro asteroide de
grandes proporções) não impactará nosso planeta nos próximos 100 anos.
Ainda assim, a nova de Wiegert
sugere que a rocha pode ser desviada caso sofra o impacto de outro corpo
celeste. Ele calcula que um asteroide de cerca de 60 centímetros poderia
alterar levemente a trajetória de Apophis após 2029. Para um impacto significativo
antes dessa data, seria necessário um asteroide de três metros atingindo o
objeto na direção exata.
Impacto de Apophis com a Terra
poderia matar milhões de pessoas
Caso Apophis colidisse com a
Terra, liberaria uma energia estimada
em mais de mil megatons de TNT, causando destruição em um raio de centenas
de quilômetros. A comparação com o impacto que extinguiu os dinossauros há 65
milhões de anos pode parecer exagerada, mas se o asteroide atingisse uma área
densamente povoada, as consequências seriam catastróficas, resultando na morte
de milhões de pessoas.
Se Apophis fosse colocado em
rota de colisão com a Terra, seja em 2029 ou em futuras passagens, como em 2036
ou 2068, haveria algumas opções para tentar desviá-lo. Uma delas seria usar o
mesmo princípio do impacto que poderia trazê-lo para a Terra: outro pequeno
choque para redirecioná-lo.
Um exemplo disso foi o teste
realizado pela NASA em 2022, quando a missão DART (sigla em inglês para Teste de
Redirecionamento de Asteroide Duplo) colidiu com o sistema binário de
asteroides Dimorphos e Didymos, alterando sua trajetória. Outro método possível
envolve o uso de explosões nucleares, o que, embora dramático, poderia mudar a
rota de um asteroide de grande porte.
Essas abordagens, embora
teóricas, têm bases científicas sólidas e estão em constante avaliação pela
comunidade astronômica. A NASA e outras agências espaciais estão, inclusive,
planejando missões para estudar Apophis de perto durante sua passagem em 2029,
utilizando satélites e espaçonaves para coletar dados.
Independentemente dos riscos,
a proximidade de Apophis com a Terra dentro de cinco anos marca um evento
importante para a ciência planetária. De acordo com Wiegert, esse será um
momento crucial para demonstrar a capacidade da humanidade de prever e prevenir
potenciais catástrofes causadas por objetos espaciais. “A comunidade global
está cada vez mais preparada para lidar com esses riscos, e a ciência nos
oferece ferramentas para enfrentar esse tipo de desafio”.
Fonte: Olhar Digital
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