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A transição para uma energia
limpa em âmbito doméstico pode ser um desafio em casas e residenciais com pouco
espaço. Neste caso, um modelo de fornecimento remoto tem sido adotado como
solução: as fazendas solares, amplas áreas de campo no interior do estado que
produzem energia por meio da luz do sol e a transferem.
No Rio, pelo menos 40
condomínios aderiram à modalidade desde o início do ano. Seis deles ficam na
Zona Oeste, como o Montpellier e o Kedem, ambos na Barra, e o Samira,
em Jacarepaguá. Todos fazem parte da carteira da Estasa Administradora de
Condomínios, que firmou parceria com a Hum Energia, dona de usinas solares.
A geração de energia solar
deslanchou quando o custo das placas fotovoltaicas começou a cair, mas isso em
terrenos enormes, com espaço para instalar esses equipamentos. Só que começaram
a surgir clientes interessados em consumir, embora não tivessem área de
insolação suficiente para produzir toda a energia necessária, como prédios com
dezenas de andares e só um telhado. Nesse contexto, nascem as fazendas solares
— explica Luiz Barreto, diretor geral da Estasa. — É como se o condomínio
comprasse uma placa solar na fazenda, que gera energia solar em seu nome e a
transfere para a rede da Light, que recompensa o residencial com créditos na
conta de energia. É como se, em vez de reais, a conta fosse paga em energia
produzida na fazenda.
Desconto de 10%
As fazendas solares são usadas
para o consumo das áreas comuns dos condomínios. Entre as vantagens destacadas
está um desconto em torno de 10% na conta de luz. O Montpellier, por exemplo,
recebeu um abatimento de R$ 381,97 este mês, de acordo com a fatura à qual o
GLOBO-Barra teve acesso, restando R$ 251,08 a pagar.
Tem condomínios menores
na Barra que pagavam R$ 1.500 na conta e agora pagam cerca de R$ 1.200. Outro
conseguiu reduzir sua conta de R$ 20 mil para R$ 18 mil — diz Barreto. — Temos
700 condomínios no nosso portfólio, sendo 200 em Barra, Jacarepaguá e Recreio.
Já apresentamos a modalidade para todos eles. A negociação é feita entre os
síndicos e a empresa fornecedora.
No Kedem, o modelo também já
tem feito a diferença, garante a síndica, Verônica Alves.
As despesas do condomínio
estão muito altas. Precisamos buscar formas de diminuir os custos. Estudando
algumas possibilidades descobrimos a compra de energia de fazenda solar, que é
uma forma mais imediata e sem investimento inicial para reduzir os custos. Em
alguns casos o desconto anual é muito bom, propiciando uma economia
significativa — pontua.
Implantação sem necessidade de
obras, uma vantagem
Outro benefício é que a
transição é sem transtornos para os moradores, destaca o gestor da Estasa.
— Anteriormente, já tínhamos
tentado vender placas solares para vários condomínios, que não aceitaram por
vários motivos. Entre eles, a necessidade de fazer uma obra que duraria uns
seis meses. Já quando a energia é produzida na fazenda, você assina um contrato
e começa a ganhar os créditos. É simples para o condomínio, porque não envolve
nenhuma intervenção. O residencial continua recebendo a conta da Light como
sempre, só que mais barata — observa. — Antes de as oferecer para os meus
clientes, contratei as placas solares e testei o modelo num escritório de dois
andares que tenho no Largo do Machado. Depois que comecei a ter os descontos é
que passei a promovê-las.
Os condomínios da região da
Barra são atendidos pela Usina Girassol, em Valença.
— A Hum investe, monta e opera
a fazenda de energia solar remota. O cliente pode fazer contratos de curto
prazo e livres de burocracia — diz Rodrigo Henz, gerente de novos negócios da
empresa. — Devido ao crescimento do setor, a paisagem do interior do estado já
é outra, repleta de placas solares.
Nessa modalidade, a redução de
gastos se soma aos benefícios ao meio ambiente, ressalta Barreto.
— É uma energia sustentável,
porque não se destrói nenhum recurso natural. O Brasil já tem uma matriz
energética muito sustentável, porque a maior parte da energia vem de
hidrelétricas. Mas elas ainda demandam um controle de represa e desvio de água.
Já a energia solar não tem nenhuma interferência na natureza. Você só capta a
insolação que está incidindo na área — afirma.
Fonte: portalternurafm
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