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Fonte: Reprodução |
O Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara dos Deputados instaurou um processo que pode levar à
cassação do deputado
federal Carlos Alberto da Cunha (PP). Conforme apurado pelo g1 nesta
sexta-feira (12), será apurada a conduta do "Delegado da Cunha", de
46 anos, referente a acusação de agredir e ameaçar a ex-companheira.
Em outubro de 2023, o deputado
virou réu em uma ação de violência doméstica contra a nutricionista
Betina Grusiecki, de 28, com quem mantinha união estável há três anos. Ela o
acusa por ameaça, agressão e injúria. Da Cunha negou ter agredido a
ex-companheira à Justiça. Um vídeo,
no entanto, mostra ele supostamente agredindo e ameaçando de morte a mulher.
Além disso, há um áudio em que
Da Cunha ligou para a mãe de Betina para propor um acordo. A Justiça concedeu
medidas protetivas contra o deputado para vítima e para os pais dela, e
determinou que o parlamentar entregasse suas armas.
O processo no Conselho de
Ética foi instaurado a pedido do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que
apresentou uma representação para que seja apurada suposta quebra de decoro
parlamentar. Se for comprovada, o partido pediu que Da Cunha seja punido com a
perda do mandato.
De acordo com o documento da representação obtido pela equipe de reportagem, a presidente do PSOL, Paula Coradi, afirmou que Da Cunha desonrou o cargo para o qual foi eleito ao se tornar réu em uma ação de violência doméstica.
Processo
O Conselho de Ética sorteou
uma lista com três nomes de possíveis relatores para o caso de Da Cunha nesta
quarta-feira (10). Os parlamentares sorteados foram: Albuquerque
(Republicanos), Ricardo Maia (MDB) e Rosângela Reis (PL).
Em nota, a Câmara dos
Deputados afirmou que o presidente do Conselho de Ética ainda irá escolher um
dos três deputados sorteados e explicou os próximos passos:
O relator escolhido analisará
a condição de prosseguir com o processo. Se for aprovado, Da Cunha será
notificado para apresentar a defesa escrita e, em seguida, inicia-se a
instrução probatória [verificação da possibilidade de julgamento ou necessidade
da produção de mais provas].
Por fim, o relator decide pelo arquivamento da denúncia ou aplicação da penalidade, que pode ser desde censura verbal até a perda do mandato. De qualquer forma, a palavra final cabe ao plenário da Câmara.
Representação
No documento da representação,
o PSOL destacou um momento do vídeo
exibido pelo Fantástico, da TV Globo, em que o deputado diz o seguinte: "Esse
vídeo acaba com a minha vida. Colocar um vídeo desse, eu vou perder o meu
mandato" (assista acima).
"O próprio representado
[Da Cunha] já disse, com todas palavras, que a gravidade do que ele fez -- já
enquanto Deputado Federal, em pleno exercício das funções parlamentares --
enseja a perda do mandato", destacou Paula Coradi.
O foco da representação é a acusação
da ex-mulher contra o deputado. Porém, também foram relembradas outras
polêmicas de Da Cunha, como a encenação
de um sequestro e ele ter chamado
policiais de "ratos".
Outros casos
Durante a reunião, também foram sorteados relatores para outras três representações. Uma contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido), acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL). Além de outras duas contra os parlamentares do PSOL Glauber Braga e Fernanda Melchionna.
Fonte: G1
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