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| Foto: Reprodução |
Quase
500 homens e mulheres estão fazendo parte, no início deste ano, do dia a dia da
Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE). São cearenses e brasileiros
de diversos estados e regiões que, por meio de concurso público, foram
convocados para uma missão: o Curso de Formação de Escrivães e Inspetores da
Polícia Civil do Estado do Ceará.
Até
abril próximo, quando a chamada Turma 2/2021 será formada, os alunos terão
novos capítulos em suas biografias. Antes, eram jovens e adultos cheios de
sonhos. Hoje, eles são o presente na Aesp. Amanhã, o futuro da PC-CE e da
Segurança Pública do Estado.
Para
contar as histórias deste e de outros cursos de formação, a partir das vidas
dos profissionais que estão sendo formados pela instituição, a Aesp lança um
novo espaço no site: “Passado, Presente e Futuro”. Os conteúdos serão
publicados sempre às sextas-feiras.
“Passado,
Presente, Futuro”
Um
fluminense que deixou a “Cidade Imperial” para realizar um sonho na “Terra do
Sol”. Essa é uma breve apresentação do aluno Diogo França, do grupo 05 do Curso
de Formação para Inspetores e Escrivães da Polícia Civil do Ceará, em fase de
andamento na Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE).
Passado
Nascido
em Petrópolis (RJ), filho de uma enfermeira, criado pela avó, gêmeo do Douglas
e irmão mais velho do Luan, é assim que Diogo resume sua família e suas
origens. Uma infância que sempre teve como prioridade a educação. “A gente
sempre morou com a minha mãe e com a minha avó. Minha avó tomava conta da gente
para minha mãe poder trabalhar. Ela sempre trabalhou muito, sempre estava em
dois, três empregos para poder proporcionar a meus irmãos e a mim uma boa
educação, um bom estudo”, conta Diogo.
Aos
14 anos, conseguiu seu primeiro emprego e começou a trabalhar na cantina da
universidade da sua cidade – foi ali o início da sua jornada. Já com 17 anos, a
partir da venda da cantina da universidade, passou a trabalhar vendendo
cachorro-quente. Foi durante esse tempo que ingressou no curso de Direito. Com
dificuldade para equilibrar trabalho e estudos, teve que fazer uma escolha
difícil e que atrasou seus planos, mas necessária naquele momento: interromper
a graduação.
Com
o fim do negócio, Diogo decidiu focar na vida acadêmica. Porém, também passou
por dias de incertezas. “Fiquei um tempo sem estudar, fiquei desempregado,
minha vida ficou praticamente uma vida em branco, seis meses em branco, sem
saber o que ia fazer no outro dia”, relata o aluno.
Foi
nessa época que um emprego em uma pousada como garçom e barman proporcionou a
ele o retorno aos estudos. Com o apoio e incentivo da mãe, fez o concurso para
estagiário forense do Ministério Público, e foi ali que começou a ver sua vida
tomar novos rumos. “Eu vi que estudar muda a sua vida. Vi que o estudo estava
realmente dando certo”, conta orgulhoso da sua trajetória.
Concluiu
a faculdade e foi aprovado na Ordem dos Advogados do Brasil; decidiu prestar
concurso público em vários estados do Brasil. Com uma rotina de estudo diária
de mais de dez horas, em 2021, apostou no concurso da Polícia Civil do Ceará.
“Esse concurso aqui do Ceará foi o meu primeiro. Então, dei tudo de mim,
coloquei toda a minha força e dedicação. Quando eu estava dentro do avião, a
caminho de Fortaleza para fazer a prova do concurso, eu disse: eu não to indo
para perder. E agora estou aqui”, celebra, referindo-se ao curso.
Presente
Diogo
estava certo. Em 12 de dezembro de 2023, como previa, passou a ser um aluno do
Curso de Formação para Inspetores e Escrivães da Polícia Civil do Ceará na
Academia Estadual de Segurança Pública. Além do sonho, trouxe na bagagem a
saudade da família e a coragem para enfrentar novos desafios em outro estado.
“A experiência da mudança tem sido diferente. É tudo muito novo, eu venho de
outro estado, de outra região; então, ainda preciso me adaptar. Mas eu decidi
que queria viver essa experiência. Eu escolhi o Ceará, quero aproveitar tudo de
melhor que o Ceará tem a oferecer”.
A
respeito do Curso de Formação, ele descreve a experiência como gratificante e
desafiadora. “É gratificante porque é, sim, um sonho realizado estar aqui. Já
tem três semanas que estamos aqui, e eu já não sou mais o mesmo do dia da aula
inaugural. Sei que também não serei o mesmo ao final do curso. E é desafiadora
porque aqui estamos aprendendo muito sobre nós mesmos, sobre hierarquia e
disciplina. É uma rotina que exige muito de nós, acordar cedo, tem dias que
estamos, sim, cansados. Mas, mesmo assim, estamos vibrando nas corridas,
estamos vibrando na sala de aula, estamos vibrando com os hinos. O hino do Rio
de Janeiro eu não sei, mas o do Ceará já está na ponta da língua”.
Algumas
disciplinas já despertaram a atenção dele, que também está ansioso pelas
próximas semanas do curso. “A disciplina que estamos tendo agora, que é
Investigação e Repressão ao Crime Organizado, chamou bastante a minha atenção.
Também gostei da disciplina de Criminologia e Vitimologia. Temos tido
professores excelentes, que refletem a excelência do ensino que temos aqui, na
Aesp. Estou muito ansioso também para ter as aulas de Tiro Policial, Técnicas
Operacionais e Direção Defensiva. Acho que vai ser muito bacana essa parte
prática do curso”.
Futuro
Quanto
ao futuro, Diogo é categórico: quer ter uma experiência completa dentro da
Polícia Civil. Ele espera passar por vários setores e delegacias. Está aberto
ao que o futuro tem preparado para ele. “Eu quero conhecer bem a minha
instituição, quero voltar à Aesp para fazer cursos de continuada,
especialização, quem sabe até um mestrado. Quero passar por vários setores, ter
uma experiência vasta. Espero passar por um DHPP, por exemplo, Denarc e Draco
também são unidades em que eu espero ter uma vivência, e sei que posso
contribuir bastante. Não quero ficar engessado em um lugar. Mas, se eu arrumar
uma boa equipe para trabalhar num departamento que eu me identifique e me
apaixone, não tenho problema em permanecer ali e desempenhar um bom trabalho
institucional”, conclui o futuro inspetor.
Fonte: SSPDS

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