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O projeto do Governo do Ceará de construir uma usina de dessalinização na praia
do Futuro, em Fortaleza, pode fazer com que empresas de internet deixem de se
instalar na região, considerada o maior hub de tráfego de dados do país. A
afirmação é de Luiz Henrique Barbosa da Silva, presidente-executivo da TelComp
(Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações
Competitivas). O governo estadual planeja iniciar em março de 2024 a obra que
retirará e tratará a água do mar para abastecer a população. O empreendimento,
orçado em R$ 520 milhões, será instalado na praia por onde ...
. O governo estadual planeja iniciar em março de 2024 a obra que retirará e
tratará a água do mar para abastecer a população. O empreendimento, orçado em
R$ 520 milhões, será instalado na praia por onde chegam cabos submarinos que
fazem a conexão da internet do país com o resto do mundo. Segundo Silva, o
empreendimento trará uma insegurança física e jurídica que afastará novos
investimentos na área....
A praia do Futuro recebe 17 cabos de 8 empresas. O Ministério das Comunicações
estima que 99% do tráfego de dados do Brasil passa por lá. O temor de empresas
do setor é que a proximidade da estrutura com os cabos cause instabilidade ou
interferência, afetando a conexão no país. O Estado, no entanto, nega qualquer
risco às estruturas. “Quando se pensa numa comunicação com os Estados Unidos, o
grosso vai por cabo submarino, e não por satélite. Fortaleza, há mais de 20
anos, vem se destacando como um hub de cabos. Até porque a tecnologia até então
permitia lances de 4.000 quilômetros para ancora...
“Quando se pensa numa comunicação com os Estados Unidos, o grosso vai por cabo
submarino, e não por satélite. Fortaleza, há mais de 20 anos, vem se destacando
como um hub de cabos. Até porque a tecnologia até então permitia lances de
4.000 quilômetros para ancorar em algum lugar. Tem cabo que vem da Europa e dos
Estados Unidos, e outros levando para a África, países da América do Sul e
outros Estados do país. Alguns têm 20 anos já”, afirmou o executivo....
Luiz Henrique Barbosa da Silva mencionou que a tecnologia atual permite cabos
de 12.000 quilômetros, como foi feito de São Paulo a Nova York. Com essa
possibilidade somada ao fato da praia do Futuro receber uma usina, que traria
insegurança ao investidor, ele acredita que novos projetos migrem para outras
regiões do país....
“Se essa usina já estivesse lá, pode ter certeza que as empresas não colocariam
o cabo no mesmo local. É uma unidade industrial. A gente não pode conviver com
uma infraestrutura que pode causar dano às nossas redes. É só pensar: quem em
casa colocaria o computador do lado da máquina de lavar, que vibra e mexe com
água? A lógica é a mesma”, afirmou....
Como mostrou o Poder360, a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Estado do
Ceará) e o consórcio Águas de Fortaleza, responsáveis pelo empreendimento,
apresentaram alterações no projeto para “dar mais conforto e segurança” aos
envolvidos. A 1ª mudança foi afastar os tubos de captação de água dos cabos em
pelo menos 500 metros no trecho marítimo....
Ainda assim, a TelComp disse que as medidas não eliminam riscos e que a mesma
regra dos 500 metros de distância no mar deveria ser considerada também em
terra, mesma alteração defendida por Marcos Ferrari, presidente-executivo da
Conexis Brasil, que representa as grandes empresas do setor. “Não adianta
afastar os dutos no mar se o terreno está no meio das estações e dos
datacenters. Não deveria ter sido escolhido esse terreno. Se afastar em terra
também, resolveria o problema. O terreno escolhido é vizinho de parede com data
center. É um sinal muito ruim colocar a usina ali”, disse president...
CEARÁ NEGA RISCO A praia do Futuro é tida como o melhor em condições técnicas
para receber a usina de dessalinização, que beneficiará 720 mil pessoas. Em
Fortaleza, que tem 2,6 milhões de habitantes, há pouca oferta de água doce. Em
casos de grave seca, há falta d’água e racionamento, sendo necessário inclusive
levar água do interior para a capital. Apesar do temor das empresas de
telecomunicações, até o momento não há nenhum impedimento para o projeto, que
recebeu licença prévia no final de novembro do órgão ambiental estadual e está
em vias de ter a licença de instalação aprovada, autorizan...
“A gente tem adotado técnicas e proposições, inclusive da Anatel, para dar mais
segurança as empresas. Esse risco de que a planta vai derrubar a internet do
país nunca existiu”, disse Neuri Freitas, presidente da Cagece. Documento da
empresa diz que não há riscos para as estruturas de internet e que os
parâmetros para implantação seguem as normas internacionais. Eis a íntegra (PDF
– 3 MB)....
Fonte: Poder 360
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