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Vários animais morreram
no incêndio
que já dura quase 17 horas no Parque do Cocó, em Fortaleza. O fogo começou
por volta das 18h desta quarta-feira (17) e mataram rãs, sapos e mussuns uma
espécie de peixe comum no parque. No início desta tarde, o Corpo de Bombeiros
combate 12 focos de incêndio. A fumaça
do incêndio toma vários bairros de Fortaleza.
Uma aeronave da
Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) fez um sobrevoo na região
e registrou os locais do foco.
O secretário do Meio
Ambiente do Ceará, Artur Bruno, afirmou que os impactos são consideráveis e que
a área queimada é maior que ele viu durante sua gestão.
"Dos sete anos que
estou como secretário, foi o maior incêndio que vi no Parque do Cocó. Os impactos
são muito grandes. A fauna, como vocês estão vendo, foi prejudicada. Já
vimos cobras, rãs e sapos que foram queimados e existe a possibilidade que
existam mais. A área foi muito grande de queimada. A flora que foi mais o
capinzal que fica na beira do rio. Perdemos poucas árvores, porém é parte da
flora que se vai. Sem falar nesta fumaceira que prejudica a saúde das
pessoas", afirmou.
Ainda segundo Artur Bruno,
as causas do incêndio ainda são desconhecidas e serão investigadas. Não está
descartada a hipótese de crime ambiental.
"Vamos fazer uma avaliação. Ver as causas. Vamos tentar descobrir as causas deste incêndio. Junto com o Corpo de Bombeiros, Semace e Delegacia de Crimes Ambientais. Vamos fazer um grande estudo para descobrir essas causas. Podem ser várias causas, pois não podemos afirmar nada agora. Que seja possível ser criminoso porque o próprio Corpo de Bombeiros percebeu que havia 12 focos”, disse.
Focos simultâneos de
incêndio
Vários focos simultâneos de incêndio em locais de difícil acesso e o fogo de turfa (embaixo da terra) dificultam o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate ao fogo no Parque Ecológico do Cocó, em Fortaleza. Na manhã desta quinta-feira (18), ruas e avenidas de vários bairros da capital amanheceram cobertas pela fumaça do local.
Segundo o tenente Loreto,
seis guarnições estão na região, porém as equipes estão tendo dificuldade no
combate ao fogo devido à quantidade de focos, localizados na lama, o que
impossibilita o uso das viaturas e obriga aos bombeiros realizarem o combate
manual, com abafadores, enxadas, entre outros equipamentos.
"A gente não está
falando de um incêndio, nós estamos falando de 12 incêndios na mesma área.
Foram vários focos, ou seja, totalmente criminoso, alguém ou algumas pessoas
fizeram queimas sucessivas. Outro problema também é que lama é quase na altura
do joelho, ou seja, é muito ruim a locomoção, tem que tomar cuidado com a
segurança, caso o fogo avance nos bombeiros ele não vai ter como correr.",
afirma tenente Loreto.
Ainda segundo o bombeiro, o tipo de incêndio no local é do tipo "fogo de turfa", considerado um dos mais complexos tipos de incêndios florestais. A turfa é o tipo de material orgânico resultante da decomposição da vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade, tornando-se altamente inflamável.
"É uma queima de raiz, de turfa, material muito complicado. Você tem que usar enxada, cavar, para conseguir acessar. O que nós fizemos foi a queima de alagamentos de setores, isolando essa raiz", explica Loreto.
Combate ao fogo
As chamas chegaram a ser
controladas, mas recomeçaram durante a madrugada desta quinta, com focos
próximos à Avenida Raul Barbosa. Em alguns trechos da Avenida Raul Barbosa e da
Avenida Murilo Borges a visibilidade foi comprometida pela fumaça.
Seis guarnições estão no
local, realizando o combate indireto ao fogo. A aeronave da Ciopaer também está
sendo usada, pegando água do Rio Cocó para jogar água nos focos, enquanto os
bombeiros acessam os focos por terra.
"O acesso foi totalmente através de assopradores, bombas costais, enxadas, abafadores, tinha toda essa dificuldade. É uma linha de aproximadamente 800 a 900metros de fogo", disse tenente Loreto.
Fonte: G1
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