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Fonte: Reprodução |
O chefe de uma facção criminosa que teve R$ 2,3 milhões
em bens apreendidos, em ação divulgada nessa terça-feira,
21, já foi apontado como integrante da cúpula do Primeiro Comando da
Capital (PCC) no Ceará e foi condenado por comprar sentenças judiciais. Paulo Diego da Silva Araújo, o "Dino", 38
anos, foi preso em maio último, quando era um dos alvos da Lista de Recompensas
da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
"Dino", que também é
conhecido como "Universitário", também foi apontado como mandante
da ação que deixou um carro com explosivos ao lado da
Assembleia Legislativa do Estado (AL/CE), em 2016. O ato foi
uma retaliação a um projeto que tramitava na Casa, que determinava a
implantação de bloqueadores de sinal telefônico em presídios.
A trajetória criminosa de
Paulo Diego inclui crimes como roubo, roubo de carga, crime contra a fé
pública, direção criminosa, furto qualificado, estelionato, integrar
organização criminosa e tráfico internacional de drogas. Conforme captado na
operação Saratoga, do Ministério Público Estadual (MPCE), Paulo Diego diz ser
membro do PCC desde 12 de maio de 2013. Em junho de 2015, ele teria assumido a
chamada "Geral das Gravatas do Estado do Ceará", célula da facção
responsável pela contratação de advogados para integrantes da facção.
Em 2013, Paulo Diego teria sido beneficiado,
criminosamente, por um habeas corpus que garantiu a sua liberdade.
Um mês antes, ele havia sido preso pela Polícia Federal com R$ 300 mil em
espécie, dinheiro que não teria conseguido explicar a origem. Conforme a
operação Expresso 150, também da PF, ele pagou R$ 150 mil pela ordem
judicial do desembargador Carlos Feitosa, em acordo intermediado pelo filho
deste, o advogado Fernando Feitosa. Por esse crime Paulo Diego foi condenado a
quatro anos de prisão.
Paulo Diego voltaria a ser
preso em 2015, no âmbito da operação Cardume, da Polícia Federal, que desvendou um
esquema que movimentava toneladas de cocaína por mês e incluía o envio da droga
à Europa. Conforme a PF, Paulo Diego atuava como “distribuidor do
entorpecente nos Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte”. Em abril de 2018,
porém, ele obteve nova liberdade: Dino e outros 10 presos na Cardume tiveram habeas
corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF).
A partir de então, Paulo Diego
era considerado foragido e passou a integrar a lista dos mais procurados da SSPDS.
Em 2019, a Primeira Turma do Supremo revogou a liminar, mas Paulo Diego só
viria a ser preso em maio último. A SSPDS pagava 7 mil reais por informações
que levassem a ele.
Ainda preso, em 2016, Paulo
Diego teve um celular apreendido durante inspeção na Penitenciária Estadual
Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba. Na denúncia referente às
conversas descobertas na apreensão, o MPCE concluiu que Dino era o "Final
do Estado", maior hierarquia do PCC no Ceará. Ele, porém, negou em
depoimento referente a essa ação penal integrar a facção, dizendo apenas que
tinham amigos no PCC.
Na mais recente acusação feita
contra Paulo Diego, o MPCE o denunciou, em 14 de setembro último, a partir de
conversas encontradas no celular apreendido quando ele foi preso. Na
denúncia, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)
afirma que Paulo Diego tem "status de liderança" no PCC, "haja
vista seu papel na resolução de conflitos entre os membros da facção". Na
peça processual, ele, assim como outras quatros pessoas, voltou a a ser
denunciado por tráfico. “Pelo teor das mensagens trocadas pode-se constatar que
os criminosos movimentam elevadas quantias de dinheiro por meio da venda de
drogas”, diz o MPCE.
Na ação divulgada nesta terça,
foram sequestrados três imóveis de luxo localizados em Fortaleza, Aquiraz e
Eusébio, assim como mais de 10 veículos, incluindo três de luxo. Conforme a
Polícia Civil, todos os bens eram oriundos de lavagem de dinheiro resultante do
tráfico de drogas.
Fonte: O Povo
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