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Foto: Reprodução |
A China anunciou nesta
sexta-feira (16) um crescimento econômico recorde no primeiro trimestre, de
18,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, em grande parte devido
à base de comparação reduzida em relação ao começo de 2020, quando a pandemia
paralisou a atividade.
Embora o salto do Produto
Interno Bruto tenha ficado abaixo da expectativa do mercado de 19% em pesquisa
da Reuters, os dados oficiais mostraram que esse foi o crescimento mais forte
desde que os registros trimestrais começaram em 1992, depois de alta de 6,5% no
quarto trimestre de 2020.
O PIB chinês no primeiro trimestre
de 2020 havia caído 6,8%, o pior resultado econômico em 44 anos.
Em 2020, o país foi um dos
poucos que registrou crescimento econômico, com alta
de 2,3% no PIB.
Recuperada do impacto da
pandemia, a China projeta um crescimento de pelo menos 6% este ano (dado
mais modesto que as previsões dos economistas). O Fundo Monetário Internacional
(FMI) prevê
um aumento de 8,4% do PIB da segunda maior economia mundial.
FMI
melhora projeções para a economia global, mas condiciona otimismo ao ritmo de
vacinação
"A conclusão é que, com a
economia já acima de sua tendência pré-vírus e o suporte sendo retirado, a
recuperação da China pós-Covid está se nivelando", disse Julian
Evans-Pritchard, economista sênior da Capital Economics. "Esperamos que o
crescimento trimestral permaneça modesto durante o resto do ano conforme o
recente boom na construção e nas exportações perca força, levando a atividade
de volta à tendência."
Bolsa da China fecha em alta
As ações da China fecharam em
alta nesta sexta-feira, com os investidores comemorando o crescimento robusto
do PIB local, embora as preocupações persistentes com o aperto da política
monetária tenham levado a uma perda semanal.
O índice CSI300, que reúne as
maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,4%, enquanto o
índice de Xangai teve alta de 0,8%.
'Recuperação desigual'
O bom resultado se deve
principalmente à base de comparação com o início de 2020, quando a economia
chinesas estava paralisada pelo vírus, admitiu a porta-voz do Escritório
Nacional de Estatísticas, Liu Aihua.
O resultado oficial do PIB da
China provoca muito interesse pelo peso do país na economia global.
"As exportações foram o
principal motor do crescimento no primeiro trimestre", em particular de
produtos eletrônicos (para o teletrabalho) e de equipamentos médicos aos
Estados Unidos e à União Europeia, explicou à AFP o economista Rajiv Biswas, do
IHS Markit.
Em março, as exportações
chinesas permaneceram sólidas (+30,6% em ritmo anual), quando grande parte do
mundo ainda estava muito afetado pela pandemia.
"Mas a recuperação
continua sendo desigual, com o consumo das famílias em queda devido ao
desemprego", destacou recentemente o analista Qu Hongbin, do banco HSBC.
As vendas no varejo, principal
indicador do consumo, subiram 34,2% em ritmo anual em março, contra 33,8% de
janeiro-fevereiro (único dado disponível).
Mas alguns setores
encontram dificuldades para retomar o nível pré-pandemia, como o transporte
aéreo e ferroviário, que alcançam 60% no máximo de suas capacidades.
"A recuperação total do
consumo das famílias depende da campanha de vacinação e de uma melhora do
mercado de trabalho", afirmou o analista da Oxford Economics Louis Kuijs.
A taxa de desemprego,
calculada apenas para as zonas urbanas, foi de 5,3% em março, depois de atingir
o máximo histórico de 6,2% em fevereiro de 2020 devido à pandemia.
Mas o quadro está incompleto:
o desemprego não leva em consideração os quase 300 milhões de trabalhadores de
origem rural, que foram muito afetados no ano passado pela epidemia.
A produção industrial chinesa
progrediu em março 14,1% em ritmo anual, contra 35,1% de janeiro e fevereiro em
conjunto (único dado disponível).
Os investimentos em capital
fixo registraram crescimento de 25,6% desde o início do ano e até março.
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