Medida foi adotada por serem produtos necessários para a vacinação contra a Covid-19. Pregão do Ministério da Saúde só conseguiu adquirir 2,4% das seringas e agulhas que pretendia comprar.
A Secretaria de Comércio Exterior do
Ministério da Economia restringiu a exportação de seringas e agulhas ao incluir
os produtos entre os que precisam de licença especial para serem exportados.
Segundo a portaria editada pela secretaria, a restrição começou a valer no dia
1º de janeiro.
A mudança foi solicitada pelo Ministério da
Saúde em 30 de dezembro. Ao Ministério da Economia, a pasta afirmou que a
medida é necessária "para que o Governo Federal possa dotar o Plano
Nacional de Imunizações/ PNI dos insumos necessários na realização de todas as
etapas das vacinações programadas, sem prejuízo do Plano de Vacinação contra
COVID".
"O Ministério da
Saúde esclarece que solicitou ao Ministério da Economia que interrompa
provisoriamente exportação das seringas e agulhas excedentes dos contratos de
venda para mercados externo e interno, firmados entre as empresas brasileiras e
seus clientes. Assim, a pasta comprará apenas aquilo que exceder os lotes já
contratados", afirmou a pasta em nota neste domingo (3).
Na nota, o ministério
disse também que "existe um estoque satisfatório de seringas distribuídas
nos postos de vacina do Brasil. Estes insumos, inclusive, podem ser utilizados
para dar início à vacinação de forma célere e segura".
Uma lei de abril de 2020
permitiu a proibição de exportação de produtos médicos, hospitalares e de higiene
essenciais ao combate à pandeia do novo coronavírus.
A lei citava equipamentos de proteção individual, ventilador pulmonar mecânico,
camas hospitalares e monitores multiparâmetros, mas permitia a inclusão de
outros itens por “ato de Poder Executivo”.
A regulamentação da lei
prevê, no entanto, a exigência de uma licença especial para a exportação dos
produtos incluídos na lista de itens proibidos.
No pedido à Economia, o
Ministério da Saúde cita o pregão realizado no dia 29 de dezembro no qual a
pasta só conseguiu adquirir 2,4% do total de seringas e agulhas que
pretendia comprar para a vacinação contra a Covid-19.
O pregão previa a compra
de um total de 331 milhões de seringas, mas as empresas que participaram
garantiram entrega de apenas 7,9 milhões.
Empresas que participaram
do pregão eletrônico reclamaram que o edital encomendava seringas e agulhas
como um só produto, e que os preços estavam abaixo dos praticados.
De acordo com estimativa
do superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e
Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, a
indústria nacional hoje produz 1,5 bilhão de seringas e a exportação não
representa nem 10% desse total (entre 100 e 120 milhões).

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