A
embaixada dos Estados
Unidos em Brasília divulgou uma nota nesta terça-feira (14)
na qual afirmou que o país apoia a entrada do Brasil na Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Integrantes do Ministério
da Economia e do Ministério
das Relações Exteriores informaram já ter sido avisados
sobre a decisão.
A informação sobre o apoio
foi divulgada pelo site do jornal "Folha de S.Paulo" e confirmada
pela GloboNews.
"Os Estados Unidos
querem que o Brasil seja o próximo país a iniciar o processo de acessão à
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)", afirmou
a embaixada.
"Nossa decisão de
priorizar a candidatura do Brasil, agora, como próximo país a iniciar o
processo é uma evolução natural do nosso compromisso, como reafirmado pelo
secretário de Estado [Mike Pompeo] e pelo presidente Trump em outubro de
2019", acrescentou.
Após o anúncio, o ministro
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo,
afirmou em uma rede social que a decisão mostra a construção de uma
"parceria sólida" na relação Brasil-Estados Unidos, "capaz de
gerar resultados de curto, médio e longo" prazos.
Segundo assessores do
ministro Paulo
Guedes, com a decisão dos EUA, o Brasil passará a ser a
prioridade do governo norte-americano para aderir à OCDE.
Em outubro, o secretário de
Estado dos EUA, Mike Pompeo, enviou uma carta
à OCDE manifestando apoio à entrada da Argentina e da Romênia na
organização.
Agora, segundo assessores
do presidente Jair Bolsonaro,
o país vizinho perdeu prioridade em razão da mudança do governo – Alberto
Fernández assumiu no lugar de Mauricio Macri.
Entenda o caso
Em março
de 2019, Bolsonaro fez um acordo
com os EUA segundo o qual o Brasil abriria mão do tratamento diferenciado na
Organização Mundial do Comércio (OMC) – órgão paralelo à OCDE. Em troca,
Na prática, essa troca
indica que o Brasil deixa de se autodeclarar uma economia emergente, e passa a
negociar em pé de igualdade com as nações ricas em temas comerciais.
Em outubro, no entanto, uma
carta do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo sobre as candidaturas
de Romênia e Argentina causou polêmica.
Após a repercussão, Donald
Trump afirmou em uma rede social reiterar o apoio dos EUA ao ingresso do Brasil
na OCDE.
"A declaração conjunta
divulgada com o presidente Bolsonaro em março deixa muito claro que eu apoio
que o Brasil inicie o processo para se tornar membro pleno da OCDE. Os EUA
apoiam essa declaração e apoiam Jair Bolsonaro", escreveu Trump.
Até esta terça, no entanto,
ainda não havia nenhum documento na OCDE informando esse apoio. O processo de
entrada na organização pode levar anos e depende do cumprimento de centenas de
pré-requisitos pelo país candidato.
Leia a
íntegra da nota da embaixada:
Os Estados Unidos
querem que o Brasil seja o próximo país a iniciar o processo de acessão à
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O governo
brasileiro está trabalhando para alinhar suas políticas econômicas ao padrão da
OCDE, enquanto prioriza a acessão à OCDE para reforçar as reformas econômicas.
A Declaração Conjunta
do presidente Trump e do presidente Bolsonaro, em março de 2019, claramente
afirma o apoio dos Estados Unidos ao início do processo de acessão do Brasil
como membro pleno da OCDE, e comemora os esforços contínuos do Brasil em
relação às reformas econômicas, às melhores práticas e a um marco regulatório
em linha com os padrões da OCDE.
Nossa decisão de
priorizar a candidatura do Brasil, agora, como próximo país a iniciar o
processo é uma evolução natural do nosso compromisso, como reafirmado pelo
secretário de Estado [Mike Pompeo] e pelo presidente Trump em outubro de 2019.
Fonte: G1.com