A presidenciável Marina Silva (Rede) sinalizou
ontem que não pretende abrir mão da cabeça de chapa em uma eventual composição
com o PSB, do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, mas não negou o diálogo em
uma campanha que prometeu conduzir franciscanamente. "Até chamei minhas
amigas para fazer um brechó para ver se renova o guarda-roupa da
candidata", disse à imprensa, após encontro com investidores organizado
pelo Banco Santander, em São Paulo.
Questionada se aceitaria ser vice de Barbosa,
Marina falou que está determinada a continuar defendendo o legado de 2010 e
2014, sem negar o diálogo com "aqueles com quem caminhou junto em 2010 e
2014" -o que, portanto, inclui o PSB.
"Continuamos o processo de diálogo, sem que
isso implique necessariamente que se tenha de abrir mão da candidatura",
disse ela, ao ressaltar que respeita a dinâmica interna do PSB.
"Em momentos de trevas que estamos
vivendo", afirmou, "quanto mais estrelas no céu mais claro pode ficar
o caminho". Marina disse que os quase 20% de intenção de voto colhidos no
último Datafolha em cenário sem Lula é um registro de um momento. "Ainda
há um período grande para avaliação da sociedade", ponderou.
Segundo Marina, Lula cumpre pena em virtude de
erros, mas é preciso respeito e uma atitude de não "canibalizar
votos". Ela fez questão de acenar ao eleitor lulista, ao se dizer atenta
aos mais pobres e frágeis. "Precisa parar com mania de privatizar o voto
das pessoas. O foco é como fazer para País voltar a crescer". Favorável à
prisão em segunda instância, Marina ressaltou ser preciso que se avance no fim
do foro especial.
Segundo ela, a Rede conseguirá governar aliada à
força da opinião pública e, com base em seu programa de governo, vai compor o
governo e a maioria no Congresso. Ela citou ainda alianças com grupos civis
como o Acredito, Agora e Frente Favela.