A Assembleia Legislativa ocupou-se, nos últimos
dias, com duas pautas que geraram controvérsia. Após embates, deputados tornaram cearenses a ministra Damares Alves (Mulher,
Família e Direitos Humanos) e o fundador do MST (Movimento
dos Trabalhadores Sem Terra), João Pedro Stédile. Ambos os casos são exemplos
de como a concessão de títulos de cidadania cearense tem se tornado o epicentro
de polêmicas fúteis no Legislativo do Estado.
A honraria, em seu conceito original, deveria
reconhecer personalidades de outras partes do País e do mundo que possuem manifesta
relação com o Ceará, tendo prestado serviços relevantes ao Estado. Mas não é o
que vem ocorrendo. São cada vez mais turvos os critérios adotados para a
concessão do título.
Com a escolha de alguns nomes, parte dos
parlamentares acena claramente às suas bases mais fiéis de eleitores.
Afagos ao eleitorado fazem parte do jogo político,
é verdade, mas, em um Estado que enfrenta uma miríade de problemas e desafios
nas mais diversas áreas, empregar esforços políticos em pautas do tipo passa a
mensagem errada à população.
Conceder homenagens e condecorações, ainda que
simbólicas, faz parte da atividade de deputados e vereadores. No entanto, tem
sido ruim para a imagem das Casas a dimensão superlativa dada a tais projetos,
cujo efeito prático é nulo para os milhões que já são cidadãos cearenses.
Fonte: DN-Por Victor Ximenes