FOTO: ANTONIO RODRIGUES
Dezenove policiais e o vice-prefeito de Milagres,
Abraão Sampaio de Lacerda, foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará
(MPCE) acusados de homicídio
qualificado e fraude processual no caso que provocou a morte de 14 pessoas, entre reféns e assaltantes.
Conforme o
órgão, a investigação concluiu que as lesões
causadoras das mortes de cinco reféns partiram dos policiais que
estavam com fuzis e aponta a participação de policiais nas mortes de
integrantes do bando responsável pela tentativa de assalto.
“Não há como negar que, ao efetuarem três dezenas de tiros de fuzis contra
pessoas indefesas, num momento em que não existia confronto entre assaltantes e
policiais, e em que os reféns tentavam se abrigar por trás de um poste, os
denunciados assumiram conscientemente o risco de produzir as suas mortes,
devendo, portanto, receber as sanções pela prática de cinco crimes de homicídio
por dolo eventual”, cita na ação.
Ainda de
acordo com a denúncia, os policiais formataram por duas vezes um aparelho de
DVR de uma câmera de segurança instalada nas proximidades de uma agência
bancária na tentativa de apagar as provas do crime. A fraude teria acontecido
na manhã do dia 7 de dezembro último.
Ao mesmo
tempo, com auxílio de terceiros, eles recolheram projéteis e moveram os
cadáveres com o intuito de induzir o erro da perícia forense que examinou a
cena do crime.
Por esse
motivo, o MPCE solicitou à Justiça
a suspensão do exercício das funções públicas dos policiais e do vice-prefeito,
que têm um prazo de 10 dias para responder às acusações.
Em nota, a
Polícia Militar (PM) informou
que só irá se pronunciar sobre
o assunto após ser notificada oficialmente
sobre a denúncia. A reportagem tentou entrar em contato com o vice-prefeito,
mas as ligações não foram atendidas.
Antonio Rodrigues
Fonte: DN