A deputada
estadual eleita Ione Pedroso (Solidariedade) foi presa nesta sexta-feira (14)
em operação da Polícia Federal contra desvio no transporte escolar em Roraima.
A ação, batizada de Zaragata, cumpre 10 mandados de prisão preventiva e 12 de
busca e apreensão em Boa Vista.
A deputada foi presa em
casa, no bairro Paraviana, área nobre da cidade, por volta das 7h (9h de
Brasília) e levada à sede da PF. Ela teria ligação com uma das empresas
investigadas. A defesa diz que "não tem nada a declarar". Esta é a segunda prisão de deputado eleito em
ação da PF e ocorre no dia em que haverá diplomação dos
políticos eleitos no estado.
De acordo com a
polícia, os envolvidos no esquema de desvio falsificavam documentos de
prestação de serviços e licitações. Em só um dos contratos investigados, orçado
em R$ 78 milhões, os pagamentos irregulares chegavam a R$ 50 milhões. Entre os
envolvidos há servidores públicos e empresários.
Em alguns casos, certa empresa era contratada para fazer
rotas de transporte já prestadas por outra empresa, a qual efetivamente
prestava o serviço. Ou ainda, uma mesma empresa era contratada várias vezes
para a mesma rota, recebendo vários pagamentos por uma mesma prestação",
detalhou a PF.
Por telefone,
Frederico Leite, advogado da governadora afastada Suely Campos (PP), informou
que não vai se manifestar porque sua cliente não é alvo da operação. O governo
de intervenção foi procurado e o G1aguarda retorno.
Segundo as
investigações, empresas resposáveis pelo transporte também eram obrigadas a
repassar até 15% do valor das faturas em propina para conseguirem ser pagas
pelo governo.
As investigações
começaram em agosto para apurar contratações emergenciais do governo por meio
de dispensa de licitação com recursos do Fundeb.
O Ministério
Público Federal, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Estadual
de Roraima atuam em conjunto. O nome da operação faz alusão ao estado de
desordem em que se encontra tanto a prestação dos serviços de transporte quanto
os próprios contratos públicos.
Neste ano, uma paralisação de terceirizadas de
transporte escolarafetou mais de 30 mil alunos, segundo a
Cooperativa do Transporte Escolar de Roraima, levando em alguns casos até mesmo
ao adiamento do ano letivo de 2018 para o ano que vem.
Fonte: Globo.com