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| Foto: Reprodução |
Desde que chegou em um voo de
emergência ao Hospital Sírio-Libanês de São Paulo na madrugada de sexta-feira
para uma cirurgia às pressas no cérebro, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva se manteve internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ainda
que esteja sob cuidados especiais e com recomendação médica de "repouso
relativo", Lula recebeu a visita de filhos, despachou a sanção de atos e
conversou com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o ministro da Casa Civil,
Rui Costa, por vídeo chamada.
Na quarta-feira, o presidente
da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, organizou a ida dos filhos de Lula
até o hospital. Na UTI, Lula tem o acompanhamento em tempo integral da
primeira-dama Janja e só pode receber a visita de familiares. Lula não tem
nenhum ministro de Estado acompanhando sua rotina hospital em São Paulo.
O chefe de gabinete, Marco
Aurélio Santana Ribeiro, foi para São Paulo na quarta-feira se juntar a outros
integrantes do gabinete presidencial que estão na ala reservada para Lula no
hospital. O fotógrafo oficial de Lula e secretário de Audiovisual, Ricardo
Stuckert, também está no hospital. Porém, nenhuma imagem de Lula foi divulgada
até o momento.
Mesmo na UTI, Lula assinou
dois atos de governo publicados na quinta-feira: a nova lei que cria mercado
regulado de carbono e um decreto que atualiza o Comitê Interministerial para a
Transformação Digital para serem executadas pela Administração Pública Federal
— Todos esses temas já haviam
sido previamente discutidos com o presidente. Tinha passado todos os pontos a
sanção integral. Tudo aquilo que tenha prazo para sanção, ele está assinando —
afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Padilha, contudo, afirmou que
a ordem entre os ministros é não levar problemas para o presidente enquanto ele
estiver se recuperando da operação.
— Eu tenho conversado com a
equipe médica, estou deixando o presidente descansar, não quero levar problema
para ele — disse Padilha.
Durante a coletiva realizada
na manhã de quinta-feira, a equipe médica foi questionada se Lula despachou do
leito de UTI. O neurologista Rogério Tuma disse que, cognitivamente, o
presidente está apto a despachar, tomar decisões e cumprir suas funções.
— Talvez a questão é se ele
está cognitivamente bem e neurologicamente apto. Ele está muito bem, o exame
neurológico dele é normal, ele está cognitivamente íntegro. A única
recomendação médica é que ele não se esforce física nem mentalmente. A
solicitação é que ele não trabalhe enquanto está no hospital e não passe nenhum
estresse ou que receba visita que leve alguma ansiedade — disse Tuma.
Lula fez ligações por vídeo
com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Alckmin disse que Lula ligou para ele na noite de quarta-feira, "super
animado", com as novas assinaturas anunciadas pelo governo. Na manhã de
quinta, a Petrobras assinou investimentos bilionários em construção naval. Já o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou o
valor de R$ 380,1 bilhões em recursos privados que serão investidos até 2029 em
ações de descarbonização.
— Ontem o presidente Lula me
ligou no comecinho da noite e estava super animado. Eu falei que teria a
reunião do Conselhão — disse Alckmin durante a reunião do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão).
Braço direito de Lula, Rui
Costa conversou com Lula duas vezes. No começo da noite de quarta, Lula quis
saber de assuntos do governo. O ministro, bem humorado, disse que não falaria
de temas de trabalho com ele. A ligação ocorreu logo após o Planalto do
Planalto ser pego de surpresa com a informação de que Lula teria que fazer um
novo procedimento para interromper o fluxo do sangramento no cérebro.
A intenção de Lula era
tranquilizar o governo de que ele estava bem e o procedimento não era algo
complexo. Lula já sabia que a realização dessa segunda intervenção era uma
hipótese avaliada pelos médicos. Já na quinta, em nova ligação, ambos trataram
de temas do governo:
"Recebi há pouco uma
ligação dele, sempre muito focado e animado, pedindo atualizações do dia e de
como está a pauta do governo no Congresso. Depois de fazer o relato de todos os
encaminhamentos, aproveitei para reforçar que estamos desejando uma ótima
recuperação. Com fé em Deus, logo teremos nosso presidente em Brasília e ele
também não vê a hora de voltar à rotina de trabalho", escreveu Rui Costa
na rede social X.
Fonte: O Globo

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