Papa dedicou a catequese desta quarta-feira, 12, à
segunda bem-aventurança: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados”
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados”. Esta bem-aventurança foi tema da catequese desta quarta-feira, 12.
Na Sala Paulo VI, na presença de milhares de fiéis e peregrinos, o Papa
Francisco explicou que, nas Escrituras, o choro pode ter dois aspectos: o
primeiro é o sofrimento pela morte ou dor de alguém, o outro se refere às
lágrimas pelo pecado, quando o coração sangra pela dor de ter ofendido Deus e o
próximo.
Sobre o
primeiro aspecto, o Santo Padre recordou que, com frequência, fala do dom das
lágrimas e de quanto este dom é precioso: “Pode-se amar de maneira fria?
Pode-se amar por obrigação, por dever? Certamente não! Existem aflitos para
consolar, mas às vezes existem também consolados para afligir, para despertar,
que têm um coração de pedra e desaprenderam a chorar. Despertar quem não sabe
se comover com a dor dos outros”.
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Para
Francisco, o luto é um caminho amargo, mas que pode ser útil para abrir os
olhos sobre a vida e sobre o valor sagrado e insubstituível de cada pessoa,
dando-se conta da brevidade do tempo.
Já o
segundo significado é chorar pelo pecado, sobre o qual é preciso fazer uma
distinção: quem se altera porque errou e chora por orgulho e, ao invés, quem
chora pelo mal cometido, pelo bem omitido, por ter traído a relação com Deus.
“Este é o choro por não ter amado. Chora-se porque não se corresponde ao
Senhor, que nos quer tão bem, e nos entristece o pensamento do bem não feito;
este é o sentido do pecado. Deus seja louvado se chegarem essas lágrimas!”.
Trata-se
de enfrentar os próprios erros, “difícil, mas vital”, como fez São Pedro, cuja
decepção o levou a um amor maior, revelou o Papa. O Pontífice prosseguiu:
“Pedro olhou para Jesus e chorou e o seu coração foi renovado. Já Judas não
aceitou seu erro e se suicidou”.
“Entender
o pecado é um dom de Deus, é uma obra do Espírito Santo. Nós, sozinhos, não
podemos entender o pecado. É uma graça que devemos pedir: ‘Senhor, que eu
entenda o mal que fiz ou que posso fazer’. É um grande dom. E depois de
entender isso, vem o choro do arrependimento”.
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Como
sempre, a vida cristã tem na misericórdia a sua melhor expressão. Portanto, o
Santo Padre esclareceu que sábio e beato é quem acolhe a dor vinculada ao amor,
porque receberá a consolação do Espírito Santo, que é a ternura de Deus que
perdoa e corrige.
“Deus
sempre perdoa, não se esquecer isto. Mesmo os piores pecados. O problema está
em nós, que nos cansamos em pedir perdão. Este é o problema. Quando alguém se
fecha, não pede perdão e Ele está ali para perdoar. (…) Que o Senhor nos
conceda amar em abundância, amar com o sorriso, com a proximidade, com o
serviço e também com o choro”, concluiu o Pontífice.
Fonte: Canção Nova