O crime aconteceu em março de 2015, no bairro Vila União, em Fortaleza
FOTO: NATINHO RODRIGUES
Passaram-se
quatro anos desde a morte do empresário Antônio Rivadávio Teixeira Moreira.
Mas, só nos últimos dias, ficou deliberado quando os dois acusados de matar a
vítima devem ir a júri. No fim do mês de março de 2019, o Poder Judiciário
cearense decidiu que a empresária Claudênia da Silva Rodrigues, ex-companheira
de Rivadávio, e o namorado dela, Thiago de Almeida Gomes, vão a julgamento no
dia 5 de junho deste ano, precisamente às 13 horas.
A dupla responde por
homicídio triplamente qualificado, com motivo torpe, meio cruel e uso de
recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O crime ocorreu no dia 28 de março de 2015, no apartamento onde a vítima morava, localizado
no bairro Vila União, em Fortaleza. A denúncia do Ministério Público do Ceará
(MPCE) mostra que Claudênia facilitou o acesso de Thiago ao local, deixando a
porta da residência destrancada.
Para o julgamento, o MP requereu a oitiva de testemunhas em plenário, quebra de
sigilo telefônico, além da autorização para exibir quaisquer provas, como
documentos e vídeos dos depoimentos e do interrogatório do réu. A defesa de
Thiago de Almeida também pediu oitivas de testemunhas. Já os advogados que
representam Claudênia solicitaram a expedição de ofício pedindo a juntada de
todos os boletins de ocorrência feitos pela vítima, além da quebra do sigilo
fiscal e bancário da vítima, realização de nova perícia em todos os vídeos,
fotografias e imagens que constam do processo e oitiva das testemunhas
arroladas pelo Ministério Público na denúncia.
O juiz da 4ª Vara do Júri,
Antônio Carlos Pinheiro Klein Filho, se posicionou contra a quebra do sigilo
bancário e fiscal da vítima, assim como também indeferiu a realização de
perícia em todas as imagens do processo, “tendo em vista que a diligência se
mostra procastinatória uma vez que não houve nenhum questionamento quanto a
validade das mídias”. No júri, só devem ser exibidas provas produzidas que
estejam nos autos.
A pronúncia para que a
dupla fosse a júri popular aconteceu há mais de dois anos. Em fevereiro de
2017, o mesmo juiz decidiu que os acusados deviam ir a julgamento perante o
Tribunal do Júri e negou a eles o benefício de aguardar o acontecimento em
liberdade. A denúncia contra ambos aconteceu ainda em 2015.
De acordo com o Ministério
Público, Thiago foi responsável por desferir 14 facadas contra Rivadávio,
encontrado morto ainda com o objeto cravado no peito. O casal foi capturado no
mês seguinte por policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP). De acordo com o órgão, o crime teria sido motivado pelo
pagamento de um seguro de vida. Câmeras de segurança do condomínio mostraram os
acusados entrando e saindo do local.