Durante os discursos, ontem, na Assembleia
Legislativa, sobre o problema da Segurança no Ceará e a instalação ou não de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o narcotráfico, a
deputada Silvana Oliveira (MDB) propôs a instalação de uma outra CPI na Casa,
que investigue supostas irregularidades na Saúde do Estado. Ela denunciou, em
pronunciamento, que vagas para leitos estariam sendo "bloqueadas" no
Hospital Geral de Fortaleza (HGF), enquanto pacientes aguardam na fila de
espera.
Segundo a parlamentar, que é médica, muitas
pessoas, inclusive pacientes dela, têm denunciado situações de irregularidades
nos hospitais públicos. Embora seja aliada do Governo do Estado, Silvana frisou
que a missão do deputado é "proteger o povo do Estado". Ela mesma se
ofereceu para presidir o colegiado e chamou a atenção para o fato de que muitos
de seus colegas na Assembleia também são médicos e poderiam contribuir nas
investigações.
"Basta essa parlamentar fazer uma visitinha
no Hospital Geral de Fortaleza, basta ir lá e encontrar, na véspera de feriado,
leitos e mais leitos bloqueados para retorno de paciente, após o Carnaval. Que
fique claro que não precisamos tratar jogando pedra em secretário ou no
governador, mas isso precisa ser desmascarado, são proprietários de
serviço", apontou. "Tenho testemunha viva, ocular, que sentiu nos
couros, uma noite inteira, numa cama fria, para ser transferida para o setor de
AVC, já tendo a vaga livre. Está se gastando dinheiro na Saúde? Está, mas tem
que gerenciar", cobrou.
Além de Silvana, outros nove deputados são
médicos: Lucílvio Girão (PDT), Leonardo Pinheiro (PP), Fernando Hugo (PP),
Manoel Santana (PT), Bruno Gonçalves (PEN), José Sarto (PDT), Carlos Felipe
(PCdoB), Heitor Férrer (PSB) e Antônio Granja (PDT). Já Mirian Sobreira (PDT) e
Augusta Brito (PCdoB) são enfermeiras, Rachel Marques (PT) é psicóloga e
Bethrose (PMB) é formada em Fisioterapia. A Assembleia tem, ainda, Comissão
voltada à Saúde e Seguridade Social, presidida pelo deputado Carlos Felipe.