Foto: Shutterstock
Há muitas vagas no setor de Tecnologia. E isso não é um fenômeno
só do exterior, mas também aqui no Brasil. Segundo relatório da Associação
Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o
Brasil forma 46 mil pessoas com perfil tecnológico por ano, mas seriam
necessárias 70 mil para atingir a necessidade do mercado. Logo, há um déficit
de 24 mil formandos na área de Tecnologia da Informação (TI). A escassez de mão
de obra faz com que os profissionais disponíveis sejam disputados. "Em
relação à formação de mão de obra, fica evidente o tamanho do desafio do Brasil
para conseguir dobrar o setor de Software e Serviços", diz o relatório.
Conforme dados da Brasscom, a partir de um crescimento de 8% a
9% em 2019, que deve se acelerar nos próximos anos, estima-se que até 2024 a
demanda por profissionais do setor cresça a 329 mil profissionais, mais outros
92 mil da TI In House, totalizando 421 mil. A demanda será de 25% em Internet
das Coisas (IoT, na sigla em inglês), 11% em segurança, 10% em Big Data, 6% em
Nuvem e 2% em Inteligência Artificial (AI), além da demanda por profissionais
administrativos (19%), de nível técnico (14%) e em outras tecnologias (13%).
Ana
Claudia Plihal, diretora de soluções de talentos do LinkedIn para o Brasil,
confirma a tendência apresentada no relatório: a área de Tecnologia da
Informação é uma das que está com alta demanda no mercado de trabalho. Contudo,
garante ela, por lidar justamente com tecnologias e ferramentas específicas,
falta muitas vezes a mão de obra qualificada, isto é, um talento que domine
habilidades técnicas únicas para a vaga. "A principal dica é não só
acompanhar essas tendências, mas também entender quais competências são
necessárias para atuar em uma profissão ou área de TI. Lançamos recentemente um
estudo sobre as profissões emergentes para 2020 no Brasil que mapeou as 15
profissões em alta e as respectivas habilidades necessárias. Destas, 9 são do
setor de Tecnologia da Informação", disse.
Segundo
Júlio Guido Militão, coordenador da divisão de Inovação da Universidade de
Fortaleza, na área da Tecnologia da Informação há empregos para os
profissionais com conhecimento atualizado, principalmente para desenvolvedores
de sistemas, conhecedores de novas áreas como Ciência de Dados e Segurança.
"Para profissionais atualizados e competentes não vejo nem aqui nem no
Brasil falta de postos de trabalho. Há de se considerar que existem vagas abertas,
mas não temos profissionais para preenchê-las, na maioria dos casos".
Luís
Eugênio Braga, diretor da Luz Inova Tecnologia, concorda que há uma fartura de
empregos, mas afirma que nem todas as vagas são voltadas para iniciantes na
profissão. "Infelizmente, alguns requerem profissionais mais seniores, com
pouca curva de aprendizagem. Obviamente, em TI, que possui muitas ramificações,
existem alguns setores que não têm mercado em todos os lugares (não há mais
tantos profissionais de Cobol sendo solicitados)", disse.
Conhecimento
Apesar
de fartura de oportunidades de trabalho, é preciso conhecimento para ter
vantagens na disputa por uma vaga. Braga afirma que conhecimento de frameworks
de mercado, multidisciplinaridade do profissional e saber inglês são fundamentais
para maior chance de empregabilidade. Já Plihall diz que é preciso estar atento
também às linguagens de desenvolvimento que mais crescem e metodologias mais
adotadas pelas empresas que ditam o mercado de TI.
Fonte: DN. Por : Daniel Praciano,