Crato é condenado por omissão após morte no canal do rio granjeiro.



O município de Crato foi condenado a pagar R$ 72 mil por danos morais e materiais à família de Francisco Aurélio Rodrigues, morto em 2001, quando teve o carro arrastado pelas águas do canal do Rio Granjeiro, durante uma forte chuva. A condenação reacende a discussão três meses após a última morte no canal, ocorrida no dia 18 de março de 2019. 

A decisão foi através da 1ª Vara Cível, pelo juiz Batista de Andrade. O magistrado destaca “a omissão do réu que embora tivesse conhecimento da problemática do canal [...] não previu o que era previsível, e deixou de tomar as providências necessárias para evitar a tragédia anunciada”. 

Na época do acidente, Walter Peixoto (PP) cumpria o segundo mandato como prefeito de Crato. Ele esteve à frente da prefeitura até o dia 31 de dezembro de 2004.

Carlos Andson, Secretário de Infraestrutura de Crato, garante que cerca de R$ 1,5 milhão estão sendo investidos na reestruturação do canal que corta a cidade desde que parte da estrutura foi comprometida nas chuvas de março. As verbas são da prefeitura e do Governo do Estado, que sinalizou recursos após decretado estado de emergência.


Famílias tiveram casas inundadas após chuvas do dia 18 de março (Foto: Alana Soares/Agência Miséria)


Na madrugada do dia 18, ainda em março, um homem tentou atravessar o canal na altura do Rio Batateiras durante uma forte chuva e morreu arrastado pela correnteza. Nesta mesma noite, dois carros foram destruídos pela força das águas, indo parar no final do canal, e ao menos seis famílias ficaram desabrigadas após alagamento em uma área de risco, no mesmo trecho. 

Por Felipe Azevedo/Agência Miséria
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