O Ministério Público Eleitoral (MPE) abriu investigação contra,
pelo menos, nove parlamentares cearenses por suspeitas de abuso de diversos
tipos ao longo da campanha eleitoral. Entre os citados estão os políticos
Danniel Oliveira (MDB), Leonardo Araújo (MDB), Genecias Noronha (SD), Aderlânia
Noronha (SD), Odécio Carneiro (SD), André Fernandes (PSL), Tin Gomes (PDT),
Eduardo Bismarck (PDT) e Idilvan Alencar (PDT). De acordo com o MPE, novas
investigações ainda devem ser abertas na próxima semana.
Os nove parlamentares estão citados em sete processos protocolados
pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-CE)junto ao Tribunal Regional
Eleitoral do Ceará (TRE-CE). Em todos os casos, o órgão pede a cassação do
mandato e a inelegibilidade.
Em um dos processos, aparecem os deputados estaduais reeleitos
Danniel Oliveira e Leonardo Araújo, ambos do MDB. A suspeita envolve a
perfuração de poços. De acordo com despacho assinado pelo desembargador Haroldo
Correia de Oliveira Máximo, Oliveira e Araújo, juntamente com o senador não
reeleito Eunício Oliveira, estariam envolvidos com a perfuração irregular de
poços como forma de obter benefícios eleitorais.
Marketing
Já o deputado federal Genecias Noronha e sua esposa, a deputada
estadual Aderlânia Noronha, filiados ao Solidariedade, teriam, segundo o MPE,
transformado o site da cidade de Parambu, sua base eleitoral, em "um
explícito sistema de marketing pessoal dos candidatos investigados", com
notícias sendo postadas, na visão do MPE, como forma de beneficiar a
candidatura dos dois.
Dois dos investigados são suspeitos de abuso de poder religioso.
Conforme o MPE, André Fernandes (PSL) e Tin Gomes (PDT) teriam utilizado
eventos religiosos em favor de suas campanhas eleitorais em mais de uma
oportunidade. O mesmo caso teria ocorrido com o vereador Odécio Carneiro (SD),
que tentou, sem sucesso, eleger-se deputado federal. A legislação, conforme
aponta o MPE, classificaria esse tipo de ato como publicidade irregular. Outros
nomes citados, por suposto abuso de poder, são Eduardo Bismarck e Idilvan
Alencar, os dois do PDT, candidatos a federal.
O procurador regional eleitoral, Anastácio Tahim, autor dos
processos, afirma que foram instaurados e instruídos ao longo do ano eleitoral.
O procurador regional eleitoral afirmou que o trabalho exige instrução muito
célere por conta do curto tempo até a diplomação dos eleitos.
“Acaba limitando
muito a atividade investigatória e apuratória do Ministério Público”, disse.
Resposta
À reportagem, o deputado federal eleito, Eduardo Bismark, afirmou que não tem
conhecimento da ação e que irá se manifestar futuramente. Já a assessoria de
comunicação de Danniel Oliveira e Leonardo Araújo informou que eles ainda não
foram notificados sobre o processo instaurado pelo MPE. A redação tentou
contato com os demais parlamentares citados, mas não obteve resposta até o
fechamento deste texto.
Fonte: DN